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Relator da CPI da Braskem deve ser do PT, e previsão é que presidente Omar Aziz confirme decisão nesta terça

CPI para investigar atuação da Braskem em Maceió foi instalada na última quarta-feira (13), e o senador Omar Aziz escolhido presidente

CPI da Braskem é presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM)

O presidente da CPI que avaliará a atuação da petroquímica Braskem, em Maceió, senador Omar Aziz (PSD-AM), deve revelar nesta terça-feira (19) o nome do relator que assumirá os trabalhos investigatórios. Contrariando a previsão inicial, a relatoria não deverá caber ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), como era o desejo dele, mas, ao PT — o nome parte de uma decisão do próprio partido e dos membros da comissão de inquérito, e, assim, o relator deve ser o senador Rogério Carvalho (PT-SE).

A instalação da CPI na última quarta-feira (13) aconteceu após reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e parlamentares que compõem a bancada de Alagoas no Congresso Nacional. Também participaram do encontro, no Palácio do Planalto, o governador Paulo Dantas (MDB-AL), que é aliado de Calheiros, e o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (Podemos-AL), correligionário do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A realização da reunião foi um gesto de Lula para apaziguar a rivalidade entre os grupos políticos alagoanos liderados por Calheiros e por Lira. Na ocasião, o petista propôs uma auditoria independente para avaliar os impactos da exploração de sal-gema pela Braskem em Maceió e também proibiu que sejam feitos aportes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em grupos empresariais interessados em adquirir ações da petroquímica; isto porque Lula teria alegado não haver fomento à geração de novos empregos com esses aportes. O presidente brasileiro ainda teria dito na ocasião que não aceitaria o fatiamento da Braskem para vendê-la.

Instalada há seis dias, a CPI da Braskem reúne 11 titulares de oito diferentes partidos, são eles: Renan Calheiros (MDB-AL), Efraim Filho (União Brasil-PB), Rodrigo Cunha (Podemos-AL), Cid Gomes (PDT-CE), Omar Aziz (PSD-AM), Jorge Kajuru (PSB-GO), Otto Alencar (PSD-BA), Rogério Carvalho (PT-SE), Wellington Fagudens (PL-MT), Eduardo Gomes (PL-TO) e Dr. Hiran (PP-RR). Os suplentes indicados pelos partidos são: Fernando Farias (MDB-AL), Jayme Campos (União Brasil-MT), Soraya Thronicke (Podemos-MS), Angelo Coronel (PSD-BA), Fabiano Contarato (PT-ES) e Magno Malta (PL-ES).

Apesar de ter sido instalada apenas neste mês de dezembro, a CPI de autoria do senador Renan Calheiros foi criada em outubro, quando obteve o número necessário de assinaturas e o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu no plenário o requerimento de criação. A comissão, entretanto, permaneceu paralisada porque os partidos ainda não tinham indicado quem seriam os membros. Esse cenário de estagnação se alterou diante do iminente colapso da mina 18 da Braskem, em Maceió, que cedeu no último dia 10.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.