O Plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (28), o texto do Protocolo de Adesão da Bolívia ao Mercosul, bloco de países sul-americanos que é presidido, atualmente, pelo Brasil. Apenas os senadores Cleitinho (Republicanos-MG) e Eduardo Girão (Novo-CE) votaram contra. O texto seguirá para sanção presidencial.
Durante a sessão no Plenário, os senadores também aprovaram requerimento que cria uma comissão temporária de cinco membros titulares para, no prazo de 180 dias, o grupo visitar o país vizinho para verificar a situação política e social da Bolívia, além do cumprimento da cláusula democrática do Mercosul.
O protocolo de adesão da Bolívia ao Mercosul foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) em 23 de novembro, sob a relatoria do senador Chico Rodrigues (PSB-RR). Na ocasião, os senadores de oposição, inicialmente contrários à adesão do país, mudaram o voto, com a condição de que uma comitiva da CRE visitasse a Bolívia para verificar a situação de presos políticos.
Em seu relatório, Chico Rodrigues enfatizou a importância da entrada da Bolívia no Mercosul. “O ingresso da Bolívia já é há muito tempo esperado e dará impulso à integração regional. Possuímos fronteira de 3,4 mil quilômetros com este país, que se estende de Corumbá a Assis Brasil, envolvendo os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre. A entrada definitiva da Bolívia no Mercosul otimizará o comércio e a cooperação com Estado que possui população de mais de 12 milhões de pessoas e produto interno bruto na ordem de US$ 41 bilhões”, argumentou o senador.
O Mercosul conta, atualmente, com Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Para o ingresso da Bolívia como membro fixo, os parlamentos dos países membros precisam aprovar a entrada. Apenas o Brasil ainda não tinha dado o aval para a entrada da Bolívia ao bloco, que pretende selar um acordo comercial com a União Europeia ainda este ano.
A próxima reunião de cúpula do Mercosul irá ocorrer no dia 7 de dezembro, no Rio de Janeiro. Na data, o Brasil deixará a presidência rotativa do bloco.