O Ministério da Justiça, que coordena a operação de acolhimento para repatriar os 34 brasileiros que, neste momento, seguem aguardando para deixar a Faixa de Gaza, na Palestina, divulgou nesta sexta-feira (10) os detalhes de como essas pessoas serão recebidas em território nacional. A ação é coordenada pelo secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, que destacou o prazo indeterminado para a permanência dos brasileiros no país, uma vez que não há previsão para o fim do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. “Estamos preparados para o tempo que for necessário, para que essas pessoas possam se integrar ao nosso país. Não há prazo limite fixado”, destacou.
Os brasileiros e os familiares já estão na lista oficial de estrangeiros autorizados a deixar a região, mas não sabem quando poderão deixar a Faixa de Gaza, já que esperam a abertura da fronteira com o Egito, em Rafah, que foi temporariamente fechada nesta sexta e ainda não há prazo para reabertura. A decisão cabe aos governos do Egito e de Israel.
Segundo Botelho, antes de embarcar no voo de volta, no avião da presidência da República, os brasileiros repatriados vão receber atendimento médico e, na chegada ao país, terão um período de repouso em Brasília antes de se deslocarem para outras cidades.
“Essa operação de acolhimento é coordenada por nós com apoio de uma série de ministérios. Assim que eles chegarem ao Brasil, teremos essa dinâmica. Quando pousarem aqui terão atendimento médico. O Ministério da Saúde vai recepcioná-los com enfermeiros, médicos, assistentes sociais. Depois haverá regularização migratória, com a Polícia Federal, já que muitos sequer têm documentos”, informou o secretário.
Os repatriados receberão alimentação e vão passar duas noites em alojamentos da Força Aérea Brasileira (FAB) antes de serem enviados para a casa de familiares. Segundo Botelho, uma parcela grande desse grupo não tem sequer parentes em solo brasileiro e será abrigada no interior de São Paulo.
“Alguns brasileiros já têm destino certo porque têm familiares aqui, então serão deslocados para esses locais. Uma parcela significativa, quase a metade do grupo, não tem onde ficar, mas o Governo Federal já disponibilizou, através do Ministério do Desenvolvimento Social, um local onde essas pessoas ficarão acolhidas. Vai ser no interior de São Paulo”, afirmou o secretário.
Quando a aeronave da Presidência tocar o solo da capital federal com os 34 acolhidos em Gaza, a Operação Voltando em Paz terá transportado um total de 1.479 passageiros, entre 1.464 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana, além de 53 animais domésticos. Três aeronaves da Força Aérea Brasileira e duas da Presidência da República foram utilizadas na logística.
A operação é acompanhada por agências especializadas em atendimento a refugiados, como a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).