O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de “loucura” o direito de veto de membros permanentes no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. A afirmação foi feita, nesta sexta-feira (27), durante um café com jornalistas no Palácio do Planalto. Na semana passada, a proposta brasileira de ajuda humanitária e cessar-fogo na região foi vetada. Dos 15 membros do colegiado, 12 votaram a favor, dois se abstiveram e apenas os Estados Unidos votaram contra. Como o país é um dos membros permanentes do Conselho e tem poder de veto, a proposta brasileira foi derrubada.
“Eu vi uma manchete aqui no jornal dizendo: a proposta do Brasil foi rejeitada. Não é verdade, é mentira. Não foi rejeitada. Tinha 15 votos em jogo, ela teve 12, duas abstenções e um contra. Como ela pode ter sido rejeitada? Ela foi vetada por causa de uma loucura que é o poder de veto concedido aos cinco países titulares do conselho, que eu sou totalmente, radicalmente contra. Isso não é democrático”, disparou Lula.
O Brasil reivindica assento permanente no órgão e defende a entrada de outros países como o Japão e a Índia. Além de defender a reformulação do grupo, o petista apontou o que chamou de contradição. O presidente questionou o fato de os cinco (Estados Unidos, Reino Unido, China, França e Rússia) com poder de veto serem justamente os que promovem guerra. “São os 5 países do Conselho de Segurança (membros permanentes) que fabricam armas, que vendem armas, que fazem guerra. É a contradição. Por isso que nós queremos mudar o conselho”, questionou.
Em outubro, o Brasil assumiu a presidência rotativa do conselho e, durante este mês, comanda as reuniões. Uma semana após o início da gestão brasileira, o Hamas atacou Israel dando início ao conflito no Oriente Médio. O presidente Lula defende como solução para o fim da guerra a criação do Estado Palestino.