Ouvindo...

Secretário de Segurança de MG chama Dino de ‘falastrão’ e critica ‘decisões equivocadas’ do STF

Rogério Greco afirmou que planos de segurança anunciados pelo governo federal são ‘faz de conta’ e analisou crise da segurança pública no Rio de Janeiro (RJ

O secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas, Rogério Greco

O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, chamou o ministro da Justiça, Flávio Dino, (PSB-MA), de “falastrão”. Em entrevista publicada nesta terça-feira (24) pelo jornal paranaense Gazeta do Povo, Greco disse que os planos de segurança anunciados pelo governo federal são “meros faz de conta”.

Na mesma entrevista, o integrante do governo de Romeu Zema (Novo) afirmou que “decisões equivocadas” do Supremo Tribunal Federal (STF) têm prejudicado a atuação das forças policiais. Ao tratar do assunto, ele citou o ministro Edson Fachin, que, em junho de 2020, em meio à pandemia de Covid-19, autorizou policiais a fazerem operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro (RJ) apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”,

“O ministro (Dino) é um falastrão. Os anúncios de planos do governo federal são meros faz de conta, histórias para ocupar espaços de respostas. E não adianta falar em recriar o Ministério da Segurança Pública. A questão central não é essa. É preciso de alguém à frente da missão com capacidade para ela. Tem de ter conhecimento do tema e sendo apenas político não dá garantia de bom resultado. Precisamos virar esse jogo contra o crime, tal qual em Medellín, Colômbia, libertada do assustador domínio do traficante Pablo Escobar”, opinou.

Segundo Greco, as forças policiais cariocas não têm conseguido entrar em comunidades tomadas pelo tráfico. Para o secretário de Segurança de Minas, os problemas ficaram explícitos nessa segunda-feira (23), quando, após a morte de um miliciano em confronto com agentes policiais, houve incêndio a ônibus e a um vagão de trem.

“A violência no Rio só vai ceder quando o STF deixar a polícia cumprir sua missão. É fundamental que toda a Justiça penal se comprometa com a pacificação pelo Estado”, assinalou ele.

Defesa à ‘reforma do STF’

Ainda à Gazeta do povo, Rogério Greco defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita prerrogativas do STF. O texto prevê, por exemplo, que os integrantes da Suprema Corte não poderão cassar atos dos presidentes da República, do Senado ou da Câmara por meio de decisões monocráticas.

“O problema do Brasil é que tudo acaba hoje em meme de internet e isso só não resolve nada. Resolve quando o Congresso se debruçar sobre questões reais, como fez agora o Senado ao iniciar uma reforma do STF. O cargo de ministro da Suprema Corte é hoje o mais importante do Brasil, pois basta dar uma canetada para decidir sobre temas complexos e de amplo alcance como o aborto e o porte de arma e drogas, tudo sem se importar com a legislação nem mesmo com a Constituição. Bem que Ruy Barbosa dizia que a pior ditadura é a do Judiciário, porque contra ela ninguém tem a quem recorrer”, falou.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.