O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), acredita que o crescimento da produção de carros elétricos pode afetar a cadeia de empregos da indústria automotiva brasileira. Nesta quinta-feira (19), em São Paulo (SP), ele afirmou que os veículos movidos a etanol podem ser apresentados pelo país como alternativa aos carros que dependem da energia.
“Temos de lembrar: o carro elétrico é uma ameaça a nossos empregos. A transição para o carro elétrico envolve a importação de baterias, que pouquíssimos países produzem. Envolve destruirmos, aqui, milhões de empregos de uma cadeia produtiva que não vai ter mais sentido: peças de motor à combustão, escapamento e uma série de itens não são utilizados no carro elétrico”, disse, durante o 9° encontro dos representantes dos estados que compõem o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud).
Ainda ao tratar dos carros elétricos, Zema citou os prejuízos causados ao meio ambiente que o eventual acionamento de termelétricas pode acarretar.
“O Brasil tem, hoje, condições de mostrar para o mundo que tem alternativa ao carro elétrico. Nosso carro a etanol é tão sustentável quanto o elétrico — ou até melhor. Muitas vezes, o que temos assistido é um cargo elétrico sendo carregado na tomada, mas o que está lá atrás, gerando a energia elétrica, é uma usina termelétrica, altamente poluente”, alertou.
Transição energética
Segundo o governador mineiro, o estado tem “participado ativamente” do processo de transição energética. Para embasar a declaração, ele recorreu ao lítio. Em julho, 30 mil toneladas dos materiais, que servem, justamente, para a produção de baterias de carros elétricos,
“Estamos empenhados em mostrar que o lítio de Minas é o lítio mais verde do mundo. Não utiliza água dos rios, não tem barragens, não utiliza energia poluente”, falou.
Ainda de acordo com Zema, o Brasil e o Cosud precisam mostrar que têm “responsabilidade” com a transição para fontes limpas e renováveis de energia.
“Hoje, em Minas, temos provado que o café que produzimos — praticamente metade do café produzido no Brasil — é feito sem desmatamento, com total responsabilidade. Estamos provando, também, que nosso aço — somos o maior produtor de aço do Brasil — é muito mais verde que o de outros países”, apontou.