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Sob olhos de Zema e Alckmin, primeira carga de lítio verde do mundo deixa o Brasil

Trinta mil toneladas produzidas em Minas deixaram o porto de Vitória, no Espírito Santo, rumo a uma fábrica na China; exploração foi feita pela Sigma Lithium

Mineral foi produzido no Vale do Jequitinhonha e se tornou aposta do governo para desenvolvimento da região

A primeira carga de lítio verde do mundo, produzida no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, deixou o Brasil nesta quinta-feira (27).

O carregamento, formado por 30 mil toneladas de materiais, deixou o Porto de Vitória, no Espírito Santo, sob os olhares do governador Romeu Zema (Novo) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

O mineral, agora, segue para uma refinaria na China, a fim de ser transformado em hidróxido de lítio — que sustenta, por exemplo, a fabricação de baterias de carros elétricos.

Veja mais: O que é o lítio verde produzido pela Sigma Lithium no Vale do Jequitinhonha?

O lítio explorado no Vale do Jequitinhonha é acompanhado pelo termo “verde” por não conter carbono, rejeitos e químicos. A remessa, captada pela empresa Sigma Lithium, é fruto da mina Gruta do Cirilo, localizada entre as cidades de Itinga e Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha.

Segundo Zema, o lítio minerado em Minas Gerais é de “altíssima qualidade”. “É um marco para Minas Gerais, para o Vale do Jequitinhonha e para o Brasil. Até a data de hoje, o Brasil não havia exportado lítio. A partir de hoje, o Brasil se transforma em um país exportador de lítio, o metal da transição energética”, disse.

Das 30 mil toneladas que compõem o carregamento desta quinta-feira, 15 mil são de lítio zero. O restante é formado por subprodutos ultrafinos de alta pureza, uma espécie de rejeito, que também será vendido pela Sigma.

“A Sigma é apenas uma das muitas que irão vender esse minério a todo o mundo. Essas 30 mil toneladas, em breve, serão milhões exportadas”, garantiu o governador.

Expectativa de arrecadar R$ 30 bilhões

O Palácio Tiradentes calcula que, até 2030, será possível gerar R$ 30 bilhões aos cofres públicos por meio da exploração de lítio.

Além do acordo com a Sigma, o governo assinou, na semana passada, protocolo de intenções com a Lithium Ionic, outra empresa canadense que atua no setor mineral.

O trato com a Lithium Ionic foi firmado por meio da MG Lit, que espera começar a operar em cerca de três anos. A chegada das companhias ao Jequitinhonha fez com que a região ganhasse o apelido de “Vale do Lítio”.

“É uma das regiões menos desenvolvidas de Minas Gerais. O estado está dando todo o apoio para que mais empresas, que já fizeram prospecção, venham a produzir em breve”, falou Zema.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.