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Deputados aprovam veto a tomadas elétricas em presídios de Minas

Projeto de lei apresentado por Bruno Engler passou pelo crivo da Assembleia Legislativa e, agora, seguirá para análise do governador Romeu Zema

Bruno Engler é o candidato do PL à prefeitura de BH

Os deputados estaduais de Minas Gerais aprovaram, em segundo turno, um projeto de lei que impede a instalação de tomadas em áreas de presídios que são utilizadas pelos detentos, como as celas. O texto, apresentado por Bruno Engler, do PL, recebeu aval definitivo da maioria dos integrantes da Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (14) e, agora, segue para sanção ou veto do governador Romeu Zema (Novo).

Segundo Engler, o veto às tomadas vai diminuir o número de celulares utilizados por internos dos presídios localizados em solo mineiro. O deputado sugeriu a proposta em 2019.

O projeto defende mudanças em uma lei de 1994 que trata da execução, em Minas, das penas de restrição de liberdade.

De acordo com o parlamentar do PL, os aparelhos telefônicos costumam ser utilizados para a aplicação de golpes em cidadãos. Ele citou, também, casos em que os celulares são usados para atividades como o controle do crime organizado.

“Mesmo que eles (os detentos) tenham o celular, acabou a carga, fica muito mais difícil para que possam fazer a recarga e estar infernizando a vida da população”, disse, em entrevista após a aprovação do projeto de lei.

Ao menos 7 deputados foram contra o projeto. Entre eles, estão parlamentares do Psol e PT. Foi o caso da deputada petista Andréia de Jesus, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia

Segundo ela, não são as famílias que levam os celulares aos presos. “Esses mecanismos têm entrado dentro do sistema por uma falha de segurança. É essa segurança que precisa ser melhorada”, afirmou. “Temos que impedir a entrada de celulares se isso facilita o crime organizado. Mas esse projeto não responde a isso”, completou.

Posições distintas

O veto previsto no projeto de Bruno Engler não abrange instituições como as Associações de Proteção e Assistência ao Condenado (Apacs) e as colônias agrícolas.

“Existe uma justificativa de que poderia ter, ali, uma televisão ou alguma coisa para garantir maior conforto ao preso, mas, para mim, a segurança do cidadão de bem vale muito mais”, defendeu.

Em abril, Itatiaia mostrou que a Secretaria de Estado Justiça e Segurança Pública (Sejusp) vinha promovendo, gradualmente, a remoção das tomadas. O movimento estava atrelado a reformas feitas nos presídios.

“São celas com quarenta presos e sete camas. Há uma série de problemas no sistema, que precisa funcionar como espaço de ressocialização. Qualquer tentativa de torturar esse sujeito, que está dentro do sistema, sem acesso à informação e sem iluminação qualificada, inclusive para estudar, fere a dignidade da pessoa humana e é uma violação aos Direitos Humanos”, falou Andréia de Jesus, ao questionar a proibição.

Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.
Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.