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Temer diz que Dilma foi condenada pelo Congresso e que ‘golpe’ seria ele não assumir o Planalto

‘Golpe haveria se fizessem com que o vice não assumisse’, disse o ex-presidente, durante encontro com empresários em Milão

Temer comentou decisão do TRF-1 em arquivar investigação contra Dilma por ‘pedaladas fiscais’

O ex-presidente Michel Temer (MDB) voltou a comentar nesta quinta-feira (7), durante encontro com empresários em Milão, na Itália, as críticas de que ele teria chegado ao Palácio do Planalto por meio de um golpe.

“Essa história de dizer que é golpe? Francamente. É porque não se lê a Constituição. A Constituição diz que, se o presidente é afastado, assume o vice. Golpe haveria se fizessem com que o vice-presidente não assumisse”, afirmou aos jornalistas em entrevista coletiva durante o evento.

Ainda de acordo com Temer, a ex-presidente Dilma Rousseff foi condenada pelo Congresso Nacional, uma condenação política - “uma questão de conveniência” -, e não pela Justiça brasileira.

“O crime de responsabilidade política não tem nada a ver com o processo jurisdicional. O crime político, quando você é condenado, é uma questão de conveniência e, o processo jurisdicional, não. Se as provas forem efetivas, muito bem, você não tem como ter esse juízo de oportunidade e conveniência”, explica o ex-presidente da República.

TRF arquivou investigação sobre ‘pedaladas’

No dia 22 de agosto, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), por unanimidade, decidiu arquivar a investigação contra Dilma Rousseff no caso das “pedaladas fiscais” - argumento defendido para a abertura de processo de impeachment contra ela em 2016.

“No caso presente, o interessante é que o TRF nada mais fez do que [determinar que não iria] analisar o mérito, porque esta matéria já foi pré-examinada como crime de responsabilidade, já houve uma apenação. E por decisões anteriores do Supremo, você não tem dupla condenação. Não tem que analisar essa questão”, resumiu Temer.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.