O presidente da Câmara de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), disse que encara a
Vinte e seis vereadores votaram para aceitar a denúncia. Eram necessários 21 votos. Agora, uma comissão processante, formada pelas vereadoras Janaína Cardoso (União), Professora Marli (PP) e Iza Lourença (PSOL),
O presidente da Câmara foi denunciado pela ex-aliada, a deputada federal Nely Aquino (Podemos), por quebra de decoro parlamentar ao supostamente agredir verbalmente outros vereadores e antecipar o conteúdo do relatório da CPI da Pampulha.
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Durante a sessão, a postura do presidente da Câmara foi criticada por diversos parlamentares. Wagner Ferreira (PDT) lembrou que foi chamado de “resto de ontem” e “lambe-botas” por Gabriel Azevedo, que também disse que Flávia Borja (PP) tem “preço na testa”.
Em entrevista coletiva após a reunião, o presidente afirmou que é necessário fazer “autocrítica”, mas que seus “valores e princípios” são “genuínos” na defesa dos interesses de Belo Horizonte.
Ele disse ainda que a cidade não pode ser “joguete de poder” e que contribui para manter a Câmara Municipal independente em relação à Prefeitura de Belo Horizonte e a um grupo político que divide as pessoas em “instrumentos” ou “adversários”. O vereador fez referência à chamada Família Aro, grupo liderado pelo secretário estadual de Casa Civil, Marcelo Aro (PP), a quem acusa de interferir no Legislativo e trabalhar por sua cassação. A mãe de Aro, Professora Marli, será a relatora do processo de cassação.
“Temer eu não temo. Sou uma pessoa que acha que a coragem é a primeira das virtudes porque ela garante as demais”, disse Gabriel Azevedo ao ser questionado sobre a possível perda do cargo. “Eu estou encarando isso tudo como um teste muito importante porque se a gente não está preparado para sofrer escrutínio, imprensa, visibilidade, momentos turbulentos, é sinal de que você não pode avançar. Eu vou encarar isso tudo como mais um dos muitos desafios que eu já tive na vida. E vou para cima para vencer”, acrescentou.
O presidente da Câmara Municipal declarou ter ouvido de “vários colegas” que votaram para aceitar a denúncia contra ele que não teriam coragem de tirar o mandato dele. “Eu posso dizer para vocês: o malfeito não vai prosseguir. Nós seguiremos aqui com muita verdade e confiando em três palavras cruciais. Democracia, justiça e verdade”, concluiu.
Mesmo com a denúncia aceita, Gabriel Azevedo permanecerá no cargo de presidente da Câmara Municipal. Dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) rejeitaram a possibilidade de que ele fosse afastado da presidência pelos próprios colegas em votação por maioria simples.