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Presidente da ALMG lamenta xingamentos de servidora a deputada e promete ‘medidas cabíveis’

Chiara Biondini, do PP, disse ter sido chamada de “racista” e “homofóbica” por funcionária do gabinete de Macaé Evaristo, do PT

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Tadeu Martins Leite (MDB), disse, nesta quinta-feira (31), que o Parlamento vai tomar “todas as medidas cabíveis” relacionadas ao caso envolvendo a deputada Chiara Biondini (PP) e uma assessora de Macaé Evaristo (PT).

A assessora acusou Chiara de ser “racista” por ter votado contra uma emenda ao projeto de lei que combate a assédios e violências políticas contra mulheres. A parlamentar alvo das falas acionou a Polícia Legislativa, que cuida da segurança nas dependências da sede da Assembleia, em Belo Horizonte, e prestou queixa.

“Manifesto, em nome de toda a Assembleia Legislativa, apoio e solidariedade à deputada Chiara Biondini. As agressões verbais sofridas hoje pela parlamentar são inadmissíveis. Todas as medidas cabíveis serão devidamente adotadas”, escreveu Tadeu Leite, em uma rede social.

A averiguação dos fatos vai caber à Polícia Legislativa. Segundo apurou a Itatiaia, embora Leite não tenha detalhado as possíveis consequências do ato da assessora parlamentar, a apuração pode culminar em sanções à servidora, como advertência ou exoneração.

Entenda o caso

O projeto contra a violência de gênero foi aprovado com uma emenda que determina a inclusão de fatores como raça, ética, orientação sexual e religiosidade na formulação de políticas para barrar assédios. Chiara e outros parlamentares à direita votaram contra o trecho.

“Tinham duas emendas e votei contrariamente a uma das emendas. No momento que votei, uma assessora da deputada Macaé começou a gritar e me xingar, apontar o dedo, falou que eu era racista, homofóbica, misógina, várias palavras de cunho muito sério contra mim. Eu pedi que ela parasse, (mas) ela não parou e continuou me xingando”, relatou a deputada.

O nome da funcionária do gabinete de Macaé não foi revelado, mas segundo a deputada, a servidora não havia sido autorizada por ela a entrar no plenário. Usualmente, servidores de mandatos não costumam ficar no espaço destinado às votações.

A petista se desculpou com a colega pelo incidente

“Lidero a bancada das mulheres e somos diversas. Foi a primeira coisa que falei. Temos posições diferentes, mas todas precisam ser respeitadas. Então, isso não pode acontecer. Lamento o ocorrido e vamos tomar as providências cabíveis, tanto a Casa quanto meu mandato, para sanar a situação”, falou.

Chiara Biondini integra a base aliada ao governador Romeu Zema (Novo) e recebeu apoio do colega João Magalhães (MDB), líder do governo na Assembleia.

“Essa situação não somente afeta a deputada Chiara, mas ressoa em todas as outras 14 deputadas da Casa. Ressaltamos nosso compromisso com um ambiente político pautado na ética, no diálogo construtivo e na cooperação, sempre em favor do povo mineiro. Neste momento desafiador, estendemos nossa mão à deputada Chiara Biondini e reiteramos nosso apoio e respeito inabaláveis à sua integridade”, pontuou o emedebista.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.
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