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Tucano deve substituir novo líder de Zema na presidência de comissão ‘estratégica’ da ALMG

Ida de João Magalhães para a articulação política do governo deixa vaga a presidência do comitê de Administração Pública; Leonídio Bouças é o favorito

A escolha do deputado estadual João Magalhães (MDB) para ser o líder do governo de Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai mexer no comando de uma das mais importantes comissões do Parlamento. Presidente da Comissão de Administração Pública (APU), Magalhães vai abrir mão do posto. E, segundo apurou a Itatiaia, o novo presidente deve ser Leonídio Bouças, do PSDB.

Ao lado dos colegiados de Constituição e Justiça (CCJ) e de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), o comitê de Administração Pública forma uma trinca considerada fundamental para a análise das propostas que chegam à Assembleia. A APU tem a função de analisar propostas, por exemplo, ligadas à organização do governo e do Judiciário, bem como eventuais mudanças nos ganhos financeiros de servidores como policiais e professores.

A APU deve ter papel importante, também, nos debates acerca das possíveis privatizações de estatais. O entorno de Zema tenta viabilizar as vendas de empresas como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

Embora Leonídio Bouças seja, neste momento, o favorito para presidir a comissão, o nome de Rodrigo Lopes (União Brasil) também chegou a ser aventado nos bastidores.

O tucano é integrante da base aliada a Zema na Assembleia. Se ele for alçado ao cargo, a coalizão governista continuará a ter a liderança das três mais importantes comissões do Legislativo. Isso porque a CCJ é comandada por Arnaldo Silva (União Brasil), enquanto a FFO está sob a batuta de Zé Guilherme, do PP.

Os presidentes das comissões da Assembleia são escolhidos por meio de votação. Comumente, no entanto, acordos nos bastidores alinham de antemão o nome indicado para presidir um colegiado — tornando a votação pública uma mera formalidade.

Para que o martelo sobre a escolha de Leonídio Bouças seja batido, deve pesar a opinião do presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB). Na semana passada, por causa de uma viagem pessoal, ele não participou da reabertura dos trabalhos legislativos após o recesso de meio de ano. Nesta semana, contudo, Tadeu já estará de volta ao comando das reuniões de plenário.

Veterano na Assembleia, Leonídio está no sexto mandato como deputado. Ele se mudou para o PSDB no ano passado, quando saiu do MDB. O tucano já foi, inclusive, presidente da Comissão de Administração Pública em outra oportunidade. A base política do parlamentar está na região de Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

Novo líder deve assumir nesta semana

Embora Romeu Zema já tenha confirmado publicamente a opção por João Magalhães para ser o líder de governo, o emedebista deve ter a indicação formalizada nesta terça-feira (8). A expectativa é que o ofício endereçado pelo político do Novo aos deputados, comunicando a escolha de Magalhães, seja lida na próxima reunião de plenário.

O parlamentar do MDB vai substituir Gustavo Valadares (PMN), que deixou o cargo de liderança para assumir a Secretaria de Estado de Governo. Na quinta-feira (3), Zema e Valadares emitiram nota pública conjunta para justificar a escolha por Magalhães.

“Com vasta experiência parlamentar, João Magalhães já exerceu cinco mandatos como deputado federal e está no terceiro mandato consecutivo na ALMG, um sinal de reconhecimento, pelos mineiros, do comprometimento e seriedade do trabalho exercido por ele”, lê-se em trecho do texto.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.
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