Ouvindo...

Relator de CPI diz que há ‘sistema’ para ‘preservar problemas’ da Lagoa da Pampulha

Comissão formada pela Câmara Municipal vai encerrar atividades no mês que vem e planeja sugerir indiciamentos ao Ministério Público

Lagoa da Pampulha, cartão-postal de BH, é tema de CPI no Legislativo Municipal

O vereador Braulio Lara (Novo), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) formada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) para investigar contratos de limpeza da Lagoa da Pampulha, defende a manutenção preventiva do espaço como forma de impedir gastos tidos como desnecessários. Nesta segunda-feira (26), à Itatiaia, ele apontou a existência de um “sistema” para “preservar os problemas” do cartão-postal da capital mineira.

“Qualquer cidadão de Belo Horizonte que frequenta a Pampulha sabe a quantidade de momentos em que foi lá e tinha mau cheiro, com a orla suja. São observações que qualquer um faria, mas na hora em que a gente começa a investigar a fundo, vemos que há um sistema para preservar o problema. Milhões e milhões de reais foram gastos, mas o problema não foi resolvido”, disse, durante participação no programa Rádio Vivo.

Segundo Braulio, nos últimos dez anos a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) gastou cerca de R$ 350 milhões para limpar o espelho d’água e seu entorno. O valor sobe para aproximadamente R$ 1,4 bilhão quando o recorte passa a ser as duas últimas décadas.

“O dinheiro gasto no lago é do cidadão de Belo Horizonte. Está sendo aplicado lá para, em tese, proteger um patrimônio cultural, mas não há os devidos efeitos. Se não nortearmos as ações para fazer uma proteção da lagoa, atacando as causas do problema, vamos viver em um eterno enxuga-gelo. Enxugar gelo é deixar o problema entrar na lagoa para gastar milhões e milhões de reais no meio do caminho. É o dinheiro vertendo no fim da barragem”, completou

Relatório deve sugerir indiciamentos

A CPI da Lagoa da Pampulha encerrou a coleta de depoimentos na semana passada. O último a ser ouvido foi o ex-prefeito Marcio Lacerda, eleito chefe do Executivo municipal em 2008 e 2012 pelo PSB. Agora, o comitê trabalha para construir o relatório final da investigação. O documento deve ser apresentado no início de julho.

Depois, o material reunido será encaminhado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Braulio Lara planeja recomendar, aos promotores, que peçam o indiciamento de pessoas envolvidas no processo de limpeza da lagoa.

Ele, porém, evitou cravar a presença de ex-prefeitos na lista de pessoas com o indiciamento sugerido. Segundo o parlamentar, é preciso saber se há elementos suficientes para atribuir responsabilidades a quem chefiou o Executivo, uma vez que o cargo tem atribuições amplas e diversas.

Acompanhe as atualizações mais recentes com as notícias da política nacional com a Itatiaia.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.