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Cidadão só vai sentir efeitos da reforma tributária em 10 anos, diz deputado

Coordenador do Grupo de Trabalho detalha cronograma de implementação das novas regras tributárias no país

Reginaldo Lopes explica cronograma para implementação da reforma tributária

Coordenador do Grupo de Trabalho que discute a Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (PT) calcula em cerca de 10 anos para que os efeitos da nova legislação sejam sentidos pela população. O parlamentar foi entrevista pelo programa Palavra Aberta, da Itatiaia, nesta quarta-feira (14). Você pode conferir o vídeo com a entrevista, na íntegra, ao final dessa matéria.

De acordo com o cronograma apresentado por Lopes, a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição com os detalhes da reforma tributária deve ser concluída, no Congresso Nacional até o fim do ano. No entanto, há uma série de passos para que os efeitos das novas regras sejam sentidos pela população. Especialistas avaliam como positiva a redução no número de impostos - federais, estaduais e municipais - que faz parte da reforma.

“Você tem várias transições, para a sociedade e para o setor produtivo”, diz o deputado ao citar o cronograma.

De acordo com ele, o primeiro passo é que o texto seja aprovado, primeiro na Câmara dos Deputados - o que deve ocorrer, nos dois turnos, até o fim de julho - e, depois, no Senado - cuja previsão é o segundo semestre desse ano.

“Em 2024, vamos votar o detalhamento da implementação do novo sistema tributário brasileiro. Aí, em 2025 e 2026, vamos unificar os impostos federais: IPI, Pis e Cofins. E vamos criar o Imposto sobre Valor Agregado [IVA] nacional”, detalha Lopes.

Ainda de acordo com Reginaldo, os anos seguintes serão para definir a alíquota do novo imposto e testar os seus efeitos.

O deputado cita, ainda, um impedimento legal para que as regras da reforma tributária entrem em vigor imediatamente: uma lei complementar sancionada em 2017. A legislação prorrogou até 2032 o prazo de vigência de benefícios fiscais de ICMS para estados e municípios - e, segundo o parlamentar, é preciso respeitar o prazo.

“Porque essa transição mais longa? De fato, até 2032 tem um Projeto de Lei Complementar que convalidou todos os benefícios fiscais estaduais. Nós temos que garantir essa transição e respeitar todos esses benefícios. Vamos fazer uma transição mais longa para a gente honrar todos esses compromissos que os governadores deram para seus investidores nos estados”, explica.

Confira o cronograma

  • 2023: aprovação do texto na Câmara, no Senado e sanção do presidente

  • 2024: votação de leis complementares

  • 2025: unificação de impostos federais no IVA nacional

  • 2026: ano-teste da nova alíquota

  • 2027-2032: transição e unificação de impostos estaduais e municipais no IVA subnacional

Veja a edição do Palavra Aberta, na íntegra

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.