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Kalil diz que CPIs são ‘canalhices’ e presidente da CMBH rebate: ‘ex-prefeito vive decadência’

Ex-prefeito critica atuação de vereadores em comissões e diz que Gabriel Azevedo ‘não tem tamanho para brigar com ele'; presidente da Câmara diz que Kalil vive momento ‘triste’

Ex-prefeito de BH Alexandre Kalil criticou CPIs na Câmara Municipal: ‘querem fazer política em cima da reputação de seres humanos’

Mais de um ano após deixar a prefeitura de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) continua em clima de guerra com alguns vereadores da Câmara Municipal da capital mineira.

O ex-prefeito fez duras críticas às CPIs que estão em andamento no Legislativo e afirmou que o presidente da Casa, vereador Gabriel Azevedo (sem partido) “não tem tamanho” para brigar com ele. Gabriel rebateu: “É triste ver um ex-prefeito da Capital Mineira nesse processo de decadência. Hoje, ele é só um derrotado. Em breve, ele também vai ser um condenado”.

Veja mais: ‘A prefeitura usou um sexto sentido para perdoar a dívida de IPTU de Kalil’, diz presidente de CPI

Kalil minimizou as investigações da CPI do Abuso de Poder, que apura se houve irregularidades em um perdão concedido pela prefeitura sobre uma dívida de IPTU do ex-prefeito.

“Descobriram que quem levantou o IPTU do imóvel que não é meu e se for meu eu tenho R$ 4 milhões para receber, foi o cunhado do procurador que é advogado do Novo, que deve ter passado para essa moça aí, que esqueço o nome dela .. mas vamos falar de coisa grande, que isso é coisa miúda, isso não interessa pra população”, disse Kalil, em entrevista à Rádio Fm O Tempo. Ele se referiu à vereador Fernanda Altoé, relatora da CPI do Abuso de Poder.

Procurada pela reportagem da Itatiaia para comentar as críticas do ex-prefeito sobre o trabalho da CPI, a parlamentar ressaltou o papel de fiscalização da comissão.

“O papel da CPI é um papel de investigação. A gente não quebra sigilo telefônico, fiscal, não necessariamente você faz uma CPI para imputar a alguém um crime, uma improbidade. Pelo contrário, como vereador a gente quer dar a notícia de que está tudo certo, tudo correto, que a gente está fazendo nosso papel e que as pessoas estão fazendo nosso papel conforme regras de moralidade, probidade, transparência e legalidade. A questão é ela ser conduzida com responsabilidade e respeito, como sempre fazemos”, afirmou.

O presidente da comissão, vereador Wesley Moreira (PP), afirmou que “as respostas virão no relatório final da CPI”.

O ex-prefeito continuou as críticas à Câmara Municipal e classificou como ‘canalhice’ e ‘brincadeira de péssimo gosto’ as investigações das CPIs do Abuso de Poder e da Lagoa da Pampulha. “Aquilo que está acontecendo é uma brincadeira de péssimo gosto. Querem fazer política em cima da reputação do ser humano. É uma canalhice. Não vai dar em nada”, disse.

Questionado sobre as brigas com o presidente da Câmara, Kalil afirmou que nunca brigou com Gabriel Azevedo: “Nunca travou briga comigo, porque ele não tem tamanho para brigar comigo”.

‘Abandonou BH’, diz vereador

O vereador Gabriel Azevedo rebateu as críticas de Alexandre Kalil e disse que o ex-prefeito abandonou Belo Horizonte. “Um sujeito que abandonou Belo Horizonte não merece o respeito da cidade. Alexandre Kalil nunca teve tamanho para ser governador e, por isso, brincou ao ser candidato. Para tal, deixou nosso município abandonado”, disse.

O parlamentar afirmou ainda que Kalil não passa de um “brigão” e que vive “processo de decadência”.

“Brigou com Bolsonaro. Brigou com Lula. Brigou com o único mineiro no ministério, meu amigo Alexandre da Silveira. Brigou com o governador Romeu Zema. Brigou com Walfrido Mares Guia. Brigou com Rodrigo Pacheco. Brigou com todo o PSD. Brigou com os deputados federais. Brigou com os deputados estaduais. Brigou até com Adriana Branco, que tanto fez por ele. Além de tudo, um ingrato. É triste ver um ex-prefeito da Capital Mineira nesse processo de decadência. Hoje, ele é só um derrotado. Em breve, ele também vai ser um condenado”, disse o presidente da Câmara.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.