As investigações da Polícia Federal sobre o esquema criminoso de registro de informações falsas sobre vacinação contra a covid-19 - e que
Trechos das trocas de mensagens interceptadas pela Polícia Federal e enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito na operação Venire estão sob sigilo. No entanto, um trecho da decisão do ministro Alexandre de Moraes, que teve o sigilo quebrado mostram um possível envolvimento do ex-militar e advogado Ailton Gonçalves Moraes Barros e outras pessoas “não identificadas”.
Ailton Barros é um dos seis presos na Operação Venire, deflagrada nesta quarta-feira (3). Outro militar detido é o
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“A investigação ainda constatou tratativas para execução de um Golpe de Estado e possível tentativa de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito envolvendo o investigado AILTON GONÇALVES MORAES DE BARROS e pessoas ainda não identificadas”, diz trecho da decisão.
Em outra passagem, o documento ainda relaciona as mensagens encontradas no celular de Ailton Barros com os atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) marcharam em Brasília e invadiram as sedes do STF, do Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
Ainda, as autoridades policiais pedem que os fatos sejam remetidos a outro inquérito, que investiga os atos antidemocráticos.
“Apesar de não terem obtido êxito na tentativa de golpe de Estado, sua atuação, possivelmente, foi um dos elementos que contribuíram para os atos criminosos ocorridos no dia 08 de janeiro de 2023, fato que demonstra a necessidade da pertinente autorização judicial para compartilhamento dos elementos informativos ora identificados com os autos do Inquérito 4923/DF”, diz o texto.
Ailton Barros é aliado de Bolsonaro e concorreu ao cargo de deputado estadual nas eleições do ano passado. Filiado ao PL, seu nome de urna era “01 do Bolsonaro”.
Ex-militar diz saber sobre morte de Marielle Franco
Em outra passagem do inquérito, o nome de Aílton Barros está relacionado ao
Marielle foi assassinada no Rio de Janeiro no dia 14 de março de 2018, mas os mandantes do crime nunca foram identificados pelos investigadores.
Na mensagem interceptada pela Polícia Federal, Aílton faz a intermediação junto a Mauro Cid para que Marcello Siciliano consiga uma reunião com o cônsul dos Estados Unidos no Brasil para resolver um problema relacionado a seu visto de entrada no país norte-americano. O ex-vereador foi citado, no início das investigações como sendo o mandante do assassinato, o que não foi confirmado - e, por isso, teria tido o visto cancelado.
“Esse garoto, Marcello Siciliano era um que vereador do Rio de Janeiro e que foi acusado de ser o mandante da morte da Marielle”, contou Ailton Barros no áudio. “Aí depois o camarada confessou que inventou a história (o cara da polícia federal), confessou que inventou a história dele, que não foi ele aí passou a acusar o Brasão, tá tudo na conta do Brasão”, completou, referindo-se a Domingos Brazão, ex-deputado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.