Preso desde o dia 14 de janeiro, o ex-ministro da Justiça,
Torres foi detido há cerca de três meses e meio, após determinação de Moraes no âmbito do inquérito que investiga ações e omissões relacionadas aos atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram, depredaram e saquearam as sedes dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo na capital federal.
O ex-ministro havia viajado para os Estados Unidos na véspera dos acontecimentos e só retornou ao Brasil no dia 14 de janeiro, após pedido de prisão determinado por Alexandre de Moraes.
Ao retornar ao país, no entanto, Anderson Torres disse que havia perdido o aparelho celular. A Polícia Federal pediu que a Justiça determinasse o acesso às informações do aparelho armazenadas em “nuvem” - o que foi garantido pelo ministro do STF.
“Diante da informação prestada pela Polícia Federal, no sentido de que se constatou ‘que nenhuma das senhas fornecidas estava correta, o que inviabilizou a extração dos dados armazenados no serviço’ de nuvem de ANDERSON GUSTAVO TORRES (petição STF nº 41.944/2023), intimem-se os advogados regularmente constituídos para que, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, prestem esclarecimentos sobre as informações da autoridade policial. Cumpra-se. Ciência à Procuradoria-Geral da República”, diz trecho da decisão de Moraes.
Habeas corpus rejeitado
No mesmo dia em que questionou os advogados de defesa de Anderson Torres sobre o acesso a dados do celular do ex-ministro investigado, uma outra decisão do STF também afeta o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso,
De acordo com Barroso, não é possível pedir “habeas corpus” contra uma decisão monocrática já tomada por um ministro da Corte. Isso porque os advogados de Torres questionaram no Supremo a decisão de Alexandre de Moraes - que já havia negado pedido de liberdade do ex-ministro.