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Projeto que proíbe mulheres trans em competições esportivas femininas tem parecer favorável em comissão da ALMG

Proposta recebeu aval do relator na Comissão de Constituição e Justiça, mas pedido de vista suspendeu votação

Relator Charles Santos dá parecer favorável ao projeto de Bruno Engler que proíbe mulheres trans de disputar competições femininas em Minas

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) discutiu nesta terça-feira (11) um projeto de lei que proíbe mulheres trans de participar de competições esportivas femininas.

De autoria do deputado Bruno Engler (PL), o texto foi apresentado em 2019 e recebeu parecer favorável do relator Charles Santos (Republicanos) nesta terça-feira.

A discussão do projeto foi suspensa antes do início da votação, após o deputado Jean Freire (PT), membro da CCJ, pedir vista. Com a suspensão, o deputado tem 24 horas para devolver o projeto para análise da comissão e caberá ao presidente da CCJ incluir novamente na pauta.

Engler pediu que a CCJ tenha agilidade para voltar a analisar sua proposta. “O projeto é muito simples, não tem nenhum vício de iniciativa, não tem motivo nenhum para que não tramite. Um projeto importante quando pensamos que o esporte feminino está sendo prejudicado pela participação de homens biológicos. Se não houvesse diferença física entre homens e mulheres não haveria distinção entre esportes masculinos e femininos”, afirmou o deputado.

O deputado Cristiano Silveira (PT) criticou o projeto e afirmou que ele impedirá grupos minoritários de exercerem seus direitos.

“Não existem estudos científicos conclusivos que comprovam a vantagem de homens e mulheres trans sobre seus concorrentes cis gênero, aqueles que mantém o sexo biológico. O comitê olímpico internacional tinha definido em regulamento que vigorou de 2015 a 2021 a permissão da participação de atletas transgênero na categoria feminina, desde que mantidas as taxas hormonais de testosterona máxima no período próximo da disputa. Em 2021, o regulamento foi revogado e a competência foi transferida para as federações esportivas. Nesse procedimento, o comitê olímpico determinou o direito de todos da prática esportiva sem discriminação”, disse o deputado petista.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.