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Léo Burguês diz que renunciou para evitar pressão em funcionários e acusa Gabriel de prevaricação

Ex-vereador disse que não queria que a vida de 50 funcionários fosse exposta em comissão que analisaria sua cassação na CMBH

Léo Burguês renunciou ao cargo de vereador nesta quarta-feira e fez acusações ao presidente da CMBH, Gabriel Azevedo

Minutos depois de anunciar a renúncia ao cargo de vereador na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), o agora ex-vereador Léo Burguês (União Brasil) afirmou que o atual presidente da Casa, Gabriel Azevedo (sem partido) cometeu crimes de prevaricação e de ameaça.

Léo Burguês não deu detalhes sobre as denúncias de ‘rachadinha’ pelas quais foi indiciado em inquérito da Polícia Civil. Ele disse que agora vai cuidar de sua defesa. “Saio daqui tranquilo, para poder me defender na Justiça e trabalhar com outras coisas agora”, afirmou o ex-vereador.

Veja mais: Saiba por que Léo Burguês renunciou ao cargo de vereador de BH

Questionado sobre os vídeos da semana passada que mostraram ele jogando poker em Teresópolis, no Rio de Janeiro, durante uma sessão da Câmara em que ele marcou presença remotamente, Burguês disse que não tem mais que responder sobre o caso.

“Eu não tenho que dar satisfação sobre Câmara Municipal, é outra vantagem que tenho por não ser mais vereador”, afirmou.

Burguês disse que a decisão de renunciar teve influência de suas filhas e também de mais de 50 funcionários, que teriam suas vidas expostas durante as apurações da comissão que decidiria sobre sua cassação.

“Eu tenho tranquilidade em lidar com vocês, acho que um homem público tem que dar satisfação de maneira pública, mas estamos lidando com outras 50 pessoas que não são pessoas públicas, são pessoas que seriam expostas, as famílias delas, quantos não chegaram no meu gabinete chorando, sabendo o que iria acontecer com eles .. não pelo fato de eles deverem alguma coisa, mas pelo fato de eles se exporem em um processo de cassação, muito ruim para essas pessoas”, afirmou.

Com a renúncia de Burguês sendo protocolada nesta quarta-feira (8), o processo de cassação foi arquivado na Câmara de BH.

Prevaricação

Em sua última manifestação como vereador ele mostrou um vídeo gravado pelo ex-vereador Carlos Henrique, que levou uma denúncia na Câmara sobre suposta prática de rachadinha do vereador Ciro Pereira (PTB).

“Recebi do vereador Carlos Henrique que ele esteve aqui para fazer denúncia de outro vereador. O vereador Gabriel o coagiu. Não aceitou a denúncia, prevaricando. O vídeo está muito claro. Depois o vereador pediu para um advogado vir aqui fazer o protocolo. Quando ele viu que esse processo foi arquivado em menos de 24 horas, ele viu que aqui tem dois pesos e duas medidas. Quem é amigo do Gabriel tem tudo, ele passa a mão na cabeça, é capaz de prevaricar. Quem é inimigo ele ataca de todas as maneiras”, afirmou Burguês.

Lucas Ragazzi é jornalista investigativo com foco em política. É colunista da Rádio Itatiaia. Integrou o Núcleo de Jornalismo Investigativo da TV Globo e tem passagem pelo jornal O Tempo, onde cobriu o Congresso Nacional e comandou a coluna Minas na Esplanada, direto de Brasília. É autor do livro-reportagem “Brumadinho: a engenharia de um crime”.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.