O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) mentiu ao dizer que pediu que ele formalizasse a denúncia sobre uma suposta tentativa de golpe articulada pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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“Informo que não são verídicas as recentes declarações do Ministro Alexandre de Moraes quando diz que me orientou para que as informações sobre a reunião com Daniel Silveira e o ex-Presidente Jair Bolsonaro fossem formalizadas. Tenho como provar que ao comunicar ao Ministro Alexandre de Moraes sobre o que estava acontecendo, por escrito e textualmente via mensagem de Whatsapp, em nenhum momento recebi a orientação do Ministro para fazer a referida formalização”, disse o parlamentar.
Na quinta-feira (2), Marcos do Val deu detalhes sobre um suposto plano articulado em dezembro do ano passado para que ele gravasse conversas com Moraes que demonstrasse algum tipo de comprometimento da legalidade da eleição vencida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Nós combinamos por Whatsapp, que a PF já está baixando, que estaria na segunda ou na terça, eu voltaria a Brasília na terça para passar para ele o que foi a conversa. No fim de semana eu antecipei por Whatsapp o que foi a conversa. Ele em momento algum disse para eu formalizar o registro, para que entre nos autos, não falou absolutamente nada disso”, disse Marcos do Val, em entrevista à CNN nesta sexta-feira (3).
O parlamentar disse que vai pedir que Moraes não seja mais o relator do inquérito sobre os Atos Antidemocráticos. “Tenho prints das conversas como ministro, a PF está baixando as informações para entrar nos autos. Como ele vai entrar nos autos não pode ser o relator”, disse o senador.
‘Operação Tabajara’
Nesta sexta-feira (3), durante participação virtual em evento promovido pelo grupo Lide, do ex-governador João Doria, nesta sexta-feira (3), Moraes ironizou a “ideia genial” que teria sido bolado por Daniel Silveira.
“A ideia genial que tiveram foi colocar uma escuta no senador para que o senador, que não tem nenhuma intimidade comigo, conversei três vezes na vida com ele, pudesse me gravar. E, a partir dessa gravação, solicitar minha retirada da presidência do TSE”, ironizou Moraes.
O ministro classificou o plano como “uma tentativa de operação Tabajara, que mostra exatamente o quão ridículo chegamos a uma tentativa de um golpe no Brasil”, completou.
