Em um período de 10 dias, o policial federal Anderson Torres passou de ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro para alvo de
Com 47 anos de idade, Torres tem 20 anos de serviço como delegado da Polícia Federal e passou à política como chefe de gabinete do deputado federal Fernando Francischini (União Brasil-PR), aliado de Bolsonaro.
Em 2019 foi nomeado como secretário de Justiça e Segurança Pública do Distrito Federal, durante o primeiro mandato do governador Ibaneis Rocha (MDB) e só deixou o cargo em 2021, quando foi nomeado como ministro da Justiça do Bolsonaro - substituindo
Torres se tornou próximo de Bolsonaro e ficou no cargo até 31 de dezembro de 2022, último dia do governo. Dois dias depois, voltou à pasta da Segurança Pública do DF durante o segundo mandato de Ibaneis.
Governo Bolsonaro
Durante sua passagem pelo Ministério da Justiça, Anderson Torres esteve no centro de diversas polêmicas. Ele foi acusado de ter avisado o então presidente Jair Bolsonaro sobre uma operação da PF contra o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, investigado por corrupção no MEC.
Torres estava em uma viagem oficial aos Estados Unidos, junto de Bolsonaro, e
Outra polêmica foi o seu envolvimento em um episódio que aconteceu às vésperas das eleições presidenciais. Aliado de Bolsonaro, o ex-deputado federal
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Atos violentos do dia 12
Anderson Torres ainda era o ministro da Justiça no dia de diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), eleitos em outubro do ano passado. Ele estava jantando em um restaurante da capital federal, com a família, quando eclodiram uma série de atos violentos praticados por apoiadores de Bolsonaro, que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército Brasileiro, em Brasília.
Um
Na ocasião, ele foi criticado pela falta de ação do ministério na resposta aos atos de violência. Pelas redes sociais, Torres justificou que estava monitorando a situação e que articulava as ações com a Polícia Federal e o Governo do DF. Ele também chamou os atos de “cenas lamentáveis”.
Atos violentos do dia 8
No dia 8 de janeiro, Torres já havia sido nomeado Secretário de Justiça e Segurança Pública do Distrito Federal, ou seja, comandava as forças de segurança que não contiveram os bolsonaristas que marcharam pela Esplanada dos Ministérios e
Neste dia, Anderson Torres estava no exterior. Ele havia viajado, com a família, para Orlando, nos Estados Unidos, quando os ataques se iniciaram na praça dos Três Poderes. O destino é o mesmo para onde partiu Jair Bolsonaro dois dias antes do término de seu mandato.
Após as cenas de destruição, vandalismo e saque que ocorreram nos edifícios-sede dos Três Poderes federais,
No mesmo dia, pressionado, o
Pedido de prisão
Torres só se manifestou sobre os episódios, novamente, pelas redes sociais. Ainda em meio ao caos em Brasília, ele afirmou que os ataques eram “inconcebíveis” e que havia determinado atuação firme do efetivo da Polícia Militar e da Polícia Civil, o que demorou mais de três horas para acontecer.
“Criminosos não sairão impunes”, disse depois.
Após ter sido exonerado, divulgou um posicionamento sobre o caso.
Dois dias após os ataques criminosos em Brasília, a
Torres ainda não se manifestou sobre a decisão.