A gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ‘represou’ a autorização para aposentadorias antes do período eleitoral, só liberando o volume após a derrota nas eleições de outubro. A acusação é do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), que falou a jornalistas em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (6) após a
“Houve um represamento das aposentadorias e, no segundo semestre, foi liberado contingente grande. Isso demonstra que o represamento não era de dificuldade administrativa, mas uma estratégia financeira de contem os pagamentos. Se fosse uma dificuldade administrativa, não havia como liberar um volume gigantesco como foi após a eleição”, afirmou.
Dados oficiais da Previdência, mostrados pela CNN Brasil, entre dezembro de 2021 e novembro de 2022, apontam que houve um aumento de 8,9% no número de aposentadorias autorizadas pelo governo federal, na comparação com o ano anterior.
Ainda durante a entrevista coletiva, Rui Costa disse que o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT) deve revelar, ainda nesta sexta-feira (6), o compromisso do governo federal com o aumento do salário mínimo.
Uma reportagem da Folha de S. Paulo publicada nesta sexta revela que um aumento de R$ 18 no valor do salário mínimo - que passaria de R$ 1.302 para 1.320, conforme compromisso assumido durante a campanha eleitoral pelo presidente Lula - custaria R$ 7,7 bilhões a mais que o projeto.
A “explosão” no número de aposentadorias concedidas nos últimos meses da gestão de Bolsonaro impacta diretamente no montante que será gasto pelo governo federal com o aumento do salário mínimo.
Ainda de acordo com a reportagem, caso o reajuste do mínimo fosse mantido, o governo federal teria que fazer um contingenciamento de verbas de outras pastas.