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Mineradoras e governos não chegam a acordo e reparação por Mariana será discutida na Justiça

Reunião nesta quarta-feira no CNJ foi última tentativa de acordo por reparação

Em 2015, rompimento de barragem devastou Mariana

Terminou sem acordo a reunião entre as mineradoras Vale, BHP e Samarco e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo sobre a reparação pelo rompimento da barragem de Mariana, em 2015.

A reunião foi a última tentativa de acordo de reparação, após um ano e meio de negociações. A reunião aconteceu no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta quarta-feira (24). Sem acordo firmado, a reparação será discutida agora na Justiça.

Participaram da reunião com as mineradoras o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministro Luiz Fux, o governador de Minas, Romeu Zema, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, o procurador-geral do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Jarbas Soares Júnior.

De acordo com fontes ouvidas pela coluna, não houve acordo sobre o valor da reparação nem sobre os prazos para o ressarcimento.

Os municípios queriam um valor acima de R$ 100 bilhões, as empresas não aceitaram o valor pedido e queriam prazos maiores.

A tragédia de Mariana aconteceu há sete anos e até agora nenhuma reparação foi acordada entre as mineradoras e os entes públicos. Com o fim das negociações, reparação passa a não ter prazo para acontecer.

Rompimento da barragem

Na tarde do dia 5 de novembro de 2015, a barragem do Fundão se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, a cerca de 35 quilômetros do centro de Mariana. A barragem de rejeitos de mineração era controlada pela Samarco, em um empreendimento conjunto das mineradoras Vale S.A e a anglo-australiana BHP Billiton.

Mais de 40 milhões de metros cúbicos de lama atingiram o distrito de Bento Rodrigues e mataram 19 pessoas. A lama devastou uma área imensa da bacia do Rio Doce, afetando milhares de moradores ribeirinhos e destruindo o meio ambiente.

Mineradora

Em contato com a Itatiaia, a BHP informou que “permanece aberta ao diálogo que traga soluções definitivas para os atingidos”.

Confira a resposta:

“A BHP Brasil participou hoje, 24 de agosto, de mais uma rodada de renegociações do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) mediada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A BHP Brasil permanece aberta ao diálogo que traga soluções definitivas para os atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão da Samarco em 2015.

A BHP Brasil continua comprometida com as ações de reparação e compensação em andamento pela Fundação Renova. Até o momento, foram desembolsados R$ 23,06 bilhões em programas executados pela Renova e mais de 389 mil pessoas foram indenizadas. A Samarco é uma joint venture administrada de forma independente na qual a BHP Brasil detém 50%".

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.