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Câmara aprova quebra de regimento para votar PEC da Emergência em 2º turno

Deputados se reúnem desde a manhã desta quarta-feira (13) para votar os destaques ao projeto de criação de benefícios sociais em ano eleitoral

PEC pretende aumentar valor do Auxílio-Brasil até o final do ano

A Câmara dos Deputados aprovou, na tarde desta quarta-feira (12), um requerimento de quebra de interstício para viabilizar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um estado de emergência até o fim do ano para que o governo aumente e crie novos benefícios sociais.

O requerimento autorizou que a PEC seja votada em 2º turno em período menor que cinco sessões da votação em 1º turno, como prevê o regimento interno da Câmara. A votação teve 337 votos a favor e 27 contrários.

O texto passou em 1º turno na noite de ontem mas a reunião foi suspensa pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após o Legislativo ter registrado problemas no sistema de votação remota.

A votação foi retomada nesta quarta, quando os deputados começaram a votar os destaques do texto. Um deles, que pedia a retirada do texto a criação do estado de emergência, foi rejeitado. Outro destaque descartado pelos deputados foi o que pretendia tornar permanente o Auxílio-Brasil no valor de R$ 600 mensais.

O que é a PEC da Emergência?

A PEC da Emergência, ou PEC Kamikaze, como vem sendo chamada, cria e amplia benefícios sociais, como o Auxílio-Brasil e o Vale Gás. Ao todo, o impacto orçamentário previsto é de R$ 41 bilhões aos cofres públicos até o fim do ano. De acordo com o governo federal, os recursos sairão de receitas extraordinárias, não previstas para este ano, como os dividendos de empresas estatais, como a Eletrobras.

Para viabilizar a concessão desses benefícios, a PEC estabelece um estado de emergência em todo o país até o fim do ano. Isso porque a Lei das Eleições impede a criação de benefícios sociais em ano eleitoral. A medida, portanto, pretende driblar a legislação para viabilizar a criação das medidas.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.