Setembro Vermelho é uma campanha que avisa: não é só o corpo humano que precisa de cuidados com o coração. Cães e gatos também sofrem com doenças cardíacas, muitas vezes silenciosas, que podem reduzir sua qualidade de vida ou até mesmo abreviar seu tempo com quem ama.
Segundo a veterinária Ana Clara Vieira, da Sociedade Brasileira de Cardiologia Veterinária, “prevenção e diagnóstico precoce são essenciais para aumentar as chances de tratamento eficaz e prolongar o tempo de convívio com o pet”.
Alimentação adequada, prevenção e diagnóstico precoce interrompem ciclos de sofrimento, aumentam a longevidade e fortalecem o laço entre tutores e animais.
Alimentação equilibrada, exercícios e prevenção
Um dos pilares para manter o coração saudável nos pets é a alimentação. Rações de alta qualidade, com componentes compatíveis para cada fase de vida (filhote, adulto ou idoso) ajudam a manter o peso ideal e evitar sobrecarga no sistema cardiovascular. Alimentos ricos em sódio devem ser evitados, e petiscos oferecidos com moderação.
A prática de exercícios regulares também é indispensável. Brincadeiras, caminhadas ou jogos ajudam a fortalecer o músculo cardíaco, melhorar a circulação e controlar o estresse.
A Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) destaca que animais ativos têm menor tendência à obesidade, o que diminui os riscos de problemas cardíacos.
Os tutores também devem se atentar à prevenção de doenças específicas. A dirofilariose, popularmente conhecida como “verme do coração”, transmitida por mosquitos, é uma delas.
“Vacinação, uso de medicamentos preventivos e visitas regulares ao veterinário reduzem drasticamente a incidência”, afirma o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em manual de saúde animal.
Identificar sinais e buscar atendimento veterinário
Os sintomas de problemas cardíacos nem sempre são óbvios. Os sinais de alerta para os tutores são: tosse persistente, cansaço rápido após esforço, dificuldade para respirar ou intolerância ao exercício.
A veterinária Ana Clara Vieira afirma que “quando o tutor percebe modificação no comportamento, como falta de apetite, fraqueza ou respiração ofegante, deve levar o pet ao clínico veterinário para exames específicos”.
Nos consultórios brasileiros, os procedimentos mais comuns para diagnosticar doenças no coração são exames como radiografia torácica, ecocardiograma e avaliação de pressão arterial.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) reforça que apenas profissionais habilitados devem conduzir esses diagnósticos e determinar tratamentos seguros.
Para proteger o coração do pet, os tutores devem:
- Manter alimentação balanceada e evitar sobrepeso;
- Incentivar exercícios físicos regulares, compatíveis com a idade e raça do animal;
- Usar prevenção contra dirofilariose e outros parasitas cardíacos;
- Observar sinais de alerta como tosse, cansaço, respiração rápida ou que muda durante o repouso;
- Fazer check-ups veterinários regulares, com exames que avaliem a função cardíaca.