Tutores que presenciam pela primeira vez um episódio de espirro reverso costumam se assustar com o barulho: o cão parece engasgado, puxa o ar repetidamente, emite sons altos e muitas vezes entra em pânico.
Embora a cena cause preocupação, o espirro reverso é, na maioria dos casos, uma reação normal e passageira.
O fenômeno ocorre quando há irritação na nasofaringe, parte posterior das vias respiratórias,o que leva o animal a inspirar de forma rápida e forçada.
Ao contrário do espirro comum, que expulsa o ar, o espirro reverso acontece durante a inalação.
Segundo a médica-veterinária Gabriela Tavares, publicada no site da Petz, o espirro reverso é uma resposta involuntária e geralmente inofensiva.
“É um mecanismo de defesa, como o espirro normal, mas que funciona de forma invertida. O ar entra de maneira forçada pelo nariz, o que pode soar como um sufocamento, mas, em geral, não é grave”, explica.
Raças pequenas estão entre as mais afetadas
Embora qualquer cão possa apresentar espirro reverso, ele costuma ser mais frequente em animais de pequeno porte ou com anatomia que os especialistas chamam de braquicefálica, como Pug, Bulldog, Shih-tzu e Pequinês.
O formato mais compacto do crânio e das vias aéreas superiores favorece o estreitamento e as irritações locais, o que aumenta a chance de episódios recorrentes.
Entre os principais fatores desencadeantes, estão:
- Cheiros intensos (como produtos de limpeza ou perfumes);
- Poeira, ácaros ou pulgas nas vias respiratórias;
- Mudanças bruscas de temperatura ou umidade;
- Agitação emocional, estresse ou ansiedade;
- Uso de coleiras muito apertadas;
- Doenças respiratórias, como rinite ou sinusite canina.
Quando buscar ajuda veterinária
Na maioria dos casos, o espirro reverso dura poucos segundos e desaparece sem necessidade de intervenção.
O tutor pode tentar massagear suavemente a garganta do animal ou cobrir brevemente o focinho para estimular a deglutição, o que ajuda a interromper o reflexo.
Mas há situações em que o espirro reverso pode estar associado a problemas de saúde mais sérios, como colapso de traqueia, presença de corpos estranhos ou infecções respiratórias. Por isso, é fundamental observar a frequência e os sinais associados.
De acordo com Gabriela Tavares, o tutor deve procurar avaliação profissional se notar:
“Episódios muito frequentes ou prolongados, dificuldade real para respirar, secreções nasais, febre, apatia ou perda de apetite. Nesses casos, o espirro pode ser apenas um dos sintomas de algo maior.”