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Dar conforto e saúde para cães é também escolher a caminha certa; entenda

A variedade de modelos no mercado pode confundir tutores, mas fatores como porte, idade e hábitos de sono devem ser considerados

Além do conforto, a escolha da cama correta ajuda a prevenir dores articulares, problemas de pele e quadros de ansiedade

A adaptação do ambiente doméstico às necessidades específicas de cães e gatos faz parte da guarda responsável. É o que diz o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV):

“O bem-estar animal deve considerar alimentação, espaço adequado, estímulos e locais apropriados para descanso”, aponta o órgão em nota técnica sobre cuidados com pets.

Por isso a importância de ter cuidado e informação para escolher a caminha em que o pet dorme. Além do conforto, a escolha da cama correta ajuda a prevenir dores articulares, problemas de pele e quadros de ansiedade.

A Itatiaia preparou uma lista do que os tutores devem prestar atenção ao escolher o produto:

- Considerar o porte do cachorro: camas muito pequenas podem causar desconforto, mas opções grandes demais transmitem insegurança para animais de raças pequenas.

A veterinária Luciana Ricci, professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, explica que “a cama deve permitir que o animal se deite de forma natural, seja totalmente esticado ou enrolado, sem restringir seus movimentos”.

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- Fatores como temperatura do ambiente, posição em que o animal costuma dormir e seu nível de energia diária devem orientar a decisão do tutor.

- A idade também deve ser considerada: cães idosos ou com problemas articulares necessitam de modelos ortopédicos ou de fácil acesso. Nos modelos tradicionais as bordas são altas e dificultam a entrada. No caso de filhotes, eles precisam de apoio firme para o desenvolvimento saudável da coluna e articulações.

“Cachorros com doenças articulares ou em sobrepeso também se beneficiam de superfícies ortopédicas, que aliviam a pressão nas articulações”, explica a veterinária da Universidade de São Paulo (USP), Maria Rita de Souza Lima, em nota divulgada pela instituição.

- A rotina do pet complementa o cuidado: animais mais ativos tendem a buscar espaços abertos para se esticar, enquanto os mais tímidos podem preferir camas tipo toca, que transmitem sensação de proteção.

- O material da caminha influencia na durabilidade, na facilidade de limpeza e na saúde do cão. Produtos de tecidos laváveis, com capas removíveis, são os mais indicados para reduzir riscos de alergias, acúmulo de pelos e presença de parasitas.

De acordo com a cartilha “Bem-estar animal” publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), manter superfícies de descanso higienizadas e secas é essencial para prevenir doenças de pele e respiratórias.

“É fundamental que o tutor escolha materiais que permitam a limpeza frequente e que não retenham umidade”, destaca o documento.

- A localização também faz diferença: a caminha deve ficar em ambiente tranquilo, longe de correntes de ar e barulho excessivo, o que garante um sono reparador e reduz quadros de estresse.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.