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Caspa em cães exige atenção e cuidados específicos com a saúde da pele

Descamação pode indicar problemas dermatológicos, hormonais ou ambientais; diagnóstico precoce evita complicações

Cães alimentados com rações pobres em ômega 3 e 6 podem desenvolver pele seca, o que favorece o aparecimento da caspa, destaca boletim técnico do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)

A presença de pontinhos brancos na pelagem dos cães pode parecer inofensiva, mas a chamada “caspa canina” nem sempre é apenas um sinal de pele seca.

Em muitos casos, é um indicativo de alterações dermatológicas, alimentares ou até hormonais.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV) orienta que qualquer mudança no aspecto da pele ou dos pelos, como coceira intensa, vermelhidão, descamação ou queda localizada, seja investigada com rapidez.

“A dermatite seborréica é uma das causas mais frequentes, mas o surgimento da caspa também pode estar relacionado à má alimentação, parasitas como pulgas e ácaros, além de doenças como hipotireoidismo”, explica a entidade em nota técnica.

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Fatores ambientais, nutrição e doenças estão entre os gatilhos

Assim como em humanos, fatores ambientais têm grande impacto na saúde cutânea dos cães.

Ambientes muito secos, banhos excessivos ou com produtos inadequados podem remover a proteção natural da pele e favorecer a descamação. Por isso, a escolha de shampoos deve ser feita com orientação veterinária.

Além disso, a alimentação influencia diretamente a qualidade da pelagem.

“Cães alimentados com rações pobres em ômega 3 e 6 podem desenvolver pele seca, o que favorece o aparecimento da caspa”, destaca boletim técnico do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).

Animais com imunidade comprometida ou portadores de doenças hormonais, como a síndrome de Cushing, também estão mais suscetíveis.

Entre as possíveis causas para a caspa canina, estão:

  • Dermatite seborréica (oleosa ou seca);
  • Má alimentação e carência de ácidos graxos essenciais;
  • Banhos frequentes com produtos inadequados;
  • Presença de parasitas (ácaros, fungos ou pulgas);
  • Alergias ambientais ou alimentares;
  • Doenças endócrinas, como hipotireoidismo;
  • Estresse e baixa imunidade;

Diagnóstico é clínico, e tratamento depende da causa

A identificação da causa da caspa é fundamental para a escolha do tratamento correto. O diagnóstico clínico é realizado por um médico-veterinário, que pode recorrer a exames complementares, como raspado de pele, cultura fúngica ou exames hormonais.

“O tratamento só deve ser iniciado após essa avaliação, pois o uso indiscriminado de shampoos ou medicamentos pode agravar o quadro”, alerta o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em diretrizes de boas práticas veterinárias.

Para os tutores, a recomendação é não subestimar os sinais. Manter o calendário de consultas atualizado, oferecer ração de qualidade e promover higiene adequada são passos essenciais para prevenir o surgimento da caspa e outras doenças de pele.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.