Com foco na remoção dos rejeitos da Samarco da Barragem do Fundão ainda presentes no Lago de Candonga, reservatório da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, o seminário de recuperação ambiental da bacia do Rio Doce reunirá representantes das comunidades afetadas, órgãos públicos e empresas responsáveis.
O evento será realizado em 25 de setembro de 2025, no município de Rio Doce, e terá como objetivo detalhar as ações previstas para a recuperação ambiental da região impactada pelo rompimento da barragem em Mariana, em 2015. A participação das comunidades está prevista pela Convenção 169 da OIT, que garante consulta prévia às populações afetadas.
O seminário terá três painéis principais e grupos de trabalho participativos, nos quais as comunidades poderão discutir e apresentar suas opiniões sobre o plano de recuperação ambiental.
No primeiro painel, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente apresentará o balanço das ações realizadas nos últimos anos para mitigar os danos ambientais e a destinação parcial dos rejeitos já removidos do reservatório.
O segundo painel detalhará o Plano de Recuperação Ambiental (PRA), apresentado pela Samarco e auditado pela EICOM, abordando medidas de recuperação das margens dos rios, da fauna e da flora, apoio a produtores rurais e a remoção dos rejeitos do Lago de Candonga. A execução dessas ações terá duração estimada de três a cinco anos e será acompanhada pelo IBAMA.
O terceiro painel discutirá aspectos técnicos, jurídicos e sociais da remoção dos rejeitos, incluindo métodos de dragagem, áreas de deposição, riscos para a população e para a recuperação do Rio Doce, além da participação das comunidades tradicionais, pescadores e garimpeiros na tomada de decisões sobre o processo.
O coordenador metodológico do Centro Rosa Fortini, Aloísio Lopes, destaca:
“O objetivo é esclarecer o plano que será executado e garantir que as comunidades possam participar ativamente das decisões sobre a remoção dos rejeitos e a recuperação ambiental da bacia do Rio Doce. Este seminário marca o início de um ciclo de debates que continuará nos próximos anos, com oficinas e reuniões comunitárias para ouvir os afetados e levar suas demandas às autoridades e empresas responsáveis.”
Entre os participantes confirmados estão IBAMA, Ministério Público Federal e Estadual, Secretaria de Estado de Meio Ambiente, prefeituras da região e Comitê de Bacia do Rio Piranga.