A Câmara Municipal de Ouro Preto manteve o veto do prefeito Angelo Oswaldo (PV) ao projeto de lei que incluía a Cavalgada do Caminho da Fábrica no calendário oficial de eventos do município. A decisão foi tomada em plenário, com oito votos favoráveis ao veto, dois contrários e duas abstenções.
O projeto, de autoria da vereadora Lilian França (PP), havia sido aprovado em agosto. A proposta previa que o evento fosse realizado anualmente, preferencialmente no primeiro fim de semana de agosto, com apoio do Executivo nas áreas de infraestrutura, segurança e divulgação, conforme a disponibilidade financeira do município.
De acordo com o texto, a cavalgada seria reconhecida como manifestação cultural e de interesse turístico, com o objetivo de preservar tradições rurais e fortalecer o vínculo comunitário.
Durante a votação, os vereadores divergiram sobre a constitucionalidade da proposta. O vereador Alex Brito (PDT), que se absteve, afirmou que o veto se deveu a um “vício de iniciativa”. Segundo ele, “o projeto não apenas incluía o evento no calendário, mas também previa despesas para o Executivo, o que inviabilizou sua aprovação”.
O vereador Carlinhos Mendes (Avante), também abstendo-se, declarou que “o principal problema está no local de realização da cavalgada” e defendeu ajustes para que o evento possa ocorrer “de forma adequada”.
A autora do projeto, Lilian França (PP), rebateu as justificativas apresentadas. Segundo a parlamentar, “os projetos levados para a Câmara são pedidos da população” e “tudo já havia sido conversado com o Executivo”. Ela afirmou ainda que pretende reapresentar a proposta em nova versão para que “a cavalgada volte a ser debatida e, se possível, incluída futuramente no calendário”.
Entre os votos favoráveis ao veto estão os vereadores Kuruzu (PT), Luciano Barbosa (MDB), Luiz Gonzaga do Morro (PSB), Mercinho (MDB), Naércio Ferreira (PSD), Renato Zoroastro (PSB), Wemerson Titão (PT) e Zé do Binga (PV). Votaram contra o veto Lilian França (PP) e Sandrinho (PP).
A Cavalgada do Caminho da Fábrica é organizada por moradores e produtores rurais da região, com participação de comitivas e atividades relacionadas à cultura e ao turismo rural. O trajeto percorre áreas históricas e naturais do município.
Com a manutenção do veto, o evento não passa a integrar o calendário oficial da cidade.