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Nestlé vai demitir 16 mil funcionários para automatizar processos

Demissões representam 6% da força de trabalho da Nestlé, estimada em 277 mil trabalhadores

Demissões fazem parte dos planos do novo CEO Philipp Navratil

A Nestlé, maior empresa de alimentos embalados do mundo, vai demitir 16 mil pessoas em uma redução de cargos, segundo o novo CEO Philipp Navratil. O anúncio foi feito nessa quinta-feira (16), como parte dos planos do executivo para uma revisão de portfólio que busca reconquistar a confiança dos investidores.

Nos últimos meses, a empresa passou por uma queda no relacionamento com os investidores, com a saída do presidente-executivo e do presidente do conselho administrativo saindo da empresa em espaços curtos de tempo em setembro. Segundo Navratil, a Nestlé agora vai se concentrar em áreas de rápido crescimento.

“Analisarei consistentemente cada parte do nosso portfólio com a mente aberta. Se nossa avaliação concluir que um ou outro negócio não atende aos critérios que descrevi, agiremos, seja para consertar, fazer uma parceria ou vender”, disse o novo CEO.

Em comunicado, a empresa afirma que aproximadamente 12 mil demissões devem afetar os profissionais administrativos, já que a Nestlé está buscando eficiência operacional com a automação de processos e serviços compartilhados. Outros 4 mil empregos devem ser eliminados na indústria e na cadeia de suprimentos como parte das medidas para aumentar a produtividade.

O total de cortes de empregos na empresa vai representar quase 6% da sua força de trabalho de 277 mil trabalhadores. Segundo Navratil, a meta de redução de custos subiu de 2,5 bilhões de francos suíços para 3 bilhões até 2027. “O mundo está mudando, e a Nestlé precisa mudar mais rápido. Isso incluirá tomar decisões difíceis, mas necessárias, para reduzir nossa força de trabalho”, disse.

As ações da Nestlé tiveram uma alta de 9,3% nessa quinta, a maior alta diária desde 2007, com os investidores demonstrando boas expectativas para os planos de Navratil. A empresa tem um valor de mercado de US$ 245 bilhões.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.