A inclusão de pessoas com deficiência (PcDs) no ambiente industrial vai muito além do cumprimento da legislação. Envolve um olhar atento às necessidades individuais e à adaptação real dos espaços de trabalho, respeitando a diversidade funcional.
Para Carla Gonçalves, gerente do Centro de Inovação em Ergonomia do Sesi, o maior obstáculo ainda é a falta de adaptação dos postos às condições específicas de cada trabalhador com deficiência, algo que começa já na etapa de admissão.
“Muitas vezes, a avaliação inicial não considera plenamente as funcionalidades e potencialidades do trabalhador. Quando não se leva em conta limitações motoras, visuais, auditivas ou cognitivas, o resultado são posturas forçadas, sobrecarga física, barreiras de mobilidade e até exclusão”, explica Carla à Itatiaia.
Soluções que respeitam diferenças
A chamada ergonomia integrada surge como uma resposta concreta a esses desafios. Ela parte do princípio de que cada função tem exigências próprias, físicas, cognitivas e organizacionais, e que, ao mapear essas demandas, é possível desenhar soluções personalizadas para cada tipo de deficiência.
Essas soluções vão desde ajustes simples em mobiliário e ferramentas até o uso de tecnologias assistivas, como softwares de leitura de tela, comandos por voz ou até exoesqueletos.
“O mais importante é que a adaptação não seja vista como um favor, mas como uma estratégia de inclusão produtiva. É uma forma de garantir conforto, segurança e eficiência tanto para o trabalhador quanto para a empresa”, afirma Carla.
Essa abordagem também exige integração entre diferentes áreas da empresa. Quando setores como Recursos Humanos, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e Produção atuam em conjunto, é possível promover uma cultura organizacional inclusiva e eliminar barreiras sociais que dificultam a participação plena dos PcDs.
Base legal e ganhos concretos
A adaptação de ambientes industriais deve seguir diretrizes técnicas e legais. As principais são a NR 17 (Norma Regulamentadora da Ergonomia), a ABNT NBR 9050, que trata da acessibilidade em espaços e mobiliários, e a Lei Brasileira de Inclusão (13.146/2015). Essas normas formam um tripé essencial para garantir equidade nas condições de trabalho.
Além de atender à legislação, investir em ergonomia integrada traz vantagens claras para todos os envolvidos. Para o trabalhador, significa mais saúde, autonomia e valorização. Para a equipe, promove empatia e colaboração. E para a empresa, os ganhos vão desde o aumento da produtividade até o fortalecimento da marca empregadora.
Segundo Carla Gonçalves, iniciativas como o Programa +Acesso e o Mapeamento de Acessibilidade, desenvolvidos pelo Sesi, são exemplos de como é possível promover inclusão de forma segura, eficiente e sustentável.
“Empresas que investem em inclusão se posicionam melhor no mercado, atraem talentos e reforçam seu compromisso com ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança). Afinal, cuidar das pessoas é cuidar do maior patrimônio da organização”, conclui.
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