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Indústria mantém recuperação no acumulado do ano, diz relatório da CNI

Relatório mostra que indústria brasileira avança em produção, emprego e faturamento no acumulado de 2025

Mesmo com cenário econômico desafiador, indústria sustenta ritmo de recuperação

A indústria brasileira iniciou o segundo semestre mantendo sinais de recuperação. De acordo com os Indicadores Industriais de julho, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira (9), os principais índices do setor permaneceram estáveis na comparação mensal, com avanços importantes no acumulado do ano.

Entre junho e julho, os dados mostram estabilidade no faturamento, emprego, massa salarial e horas trabalhadas, sinalizando que, apesar de um ambiente de crédito restrito, a indústria conseguiu manter seu nível de atividade.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) foi o único indicador com variação negativa no mês, caindo 0,4 ponto percentual, para 78,2%. Ainda assim, o setor segue operando em patamar elevado, e a trajetória no ano aponta crescimento consistente em diversos indicadores.

Setor mantém ritmo de crescimento em 2025

Os números acumulados de janeiro a julho de 2025 reforçam a recuperação do setor. O faturamento real da indústria cresceu 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O avanço também é observado nas horas trabalhadas na produção, que subiram 2,5%, e no emprego industrial, com alta de 2,3%.

Mesmo com variações modestas em julho — 0,4% no faturamento, 0,2% no emprego e 0,1% nas horas trabalhadas — os dados indicam estabilidade após oscilações do primeiro semestre, o que sugere uma retomada gradual e sustentável.

A massa salarial e o rendimento médio real dos trabalhadores também registraram estabilidade no mês, com leve crescimento de 0,1% e 0,3%, respectivamente.

Segundo Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI, o desempenho do mercado de trabalho industrial reflete o ambiente econômico mais aquecido, com níveis historicamente baixos de desemprego. Embora os dados mais recentes apontem certa moderação, o cenário segue favorável à manutenção do crescimento.

Capacidade instalada recua, mas setor segue resiliente

O único ponto de atenção no levantamento foi a queda da Utilização da Capacidade Instalada, que atingiu 78,2% em julho, frente aos 78,6% de junho. Desde abril, o indicador vem apresentando leve desaceleração, após ter alcançado 79,7%.

De acordo com o relatório, a queda acompanha o efeito da política monetária restritiva, que afeta a oferta de crédito e modera a demanda, especialmente no setor de bens duráveis. Apesar disso, o nível atual da UCI ainda se mantém próximo da média histórica e não compromete, por ora, a continuidade do crescimento industrial.

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.