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Do carro ao celular: como a indústria garante que as superfícies durem mais

Especialista detalha como ensaios de revestimentos são cruciais para evitar perdas na produção e garantir a performance de componentes em larga escala

Muito além da estética: a importância dos testes de resistência de materiais

Na indústria, uma falha de revestimento pode comprometer lotes inteiros. Em entrevista à Itatiaia, Lucas Marlon Castro Silva, do CIT SENAI, explicou como testes de aderência e dureza são aplicados no controle de qualidade para validar processos, assegurar a durabilidade de produtos e prevenir prejuízos na linha de produção.

Na complexa engrenagem da produção industrial, uma falha no revestimento de uma peça não é um mero defeito estético. É um risco que pode comprometer um lote inteiro, gerar custos elevados e impactar a performance de um produto final, seja em um componente automotivo ou em uma estrutura metálica. Para mitigar esses riscos, a indústria aposta em um rigoroso controle de qualidade baseado em testes de aderência e dureza.

Esses ensaios são a garantia de que cada camada aplicada sobre uma superfície, o substrato, cumprirá sua função protetora ou funcional. “Falhas por falta de adesão podem expor a superfície e inviabilizar a utilização de produtos ou processos”, aponta Lucas.

Prevenindo falhas críticas na produção

A performance de um revestimento industrial depende de duas propriedades essenciais: ele precisa permanecer fixado e resistir ao ambiente para o qual foi projetado. Para a indústria, garantir isso não é uma opção, mas uma necessidade para a viabilidade do produto.

“É necessário garantir que o material seja aderente ao substrato, possibilitando a sua utilização por um maior período, sem a preocupação de desplacamento”, afirma Castro Silva. Da mesma forma, a dureza é um fator decisivo para a vida útil do componente. “Algumas aplicações práticas exigem que os revestimentos tenham elevada dureza e, consequentemente, uma maior resistência ao desgaste”, detalha.

Controle de qualidade na prática: os métodos de ensaio

Para validar a qualidade de um lote, a indústria submete amostras a testes que simulam as piores condições de uso. Um dos principais é o Scratch Test, ou ensaio de risco, que avalia a força da ligação entre o revestimento e a base.

O processo é meticuloso. “Um indentador de diamante é utilizado para riscar a superfície do material revestido com uma força previamente definida”, explica o analista. Em seguida, a equipe de qualidade analisa a “cicatriz” deixada no material. “A marca resultante é analisada para avaliar a qualidade da aderência”, complementa. Se o revestimento trincou ou se soltou, o processo de aplicação pode precisar de ajustes.

Outros métodos, como os testes de tração (Pull off), são usados para medir a força exata necessária para arrancar a camada protetora, fornecendo dados quantitativos para a engenharia.

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Metrologia: a ciência que evita prejuízos na indústria

Nesse ambiente de alta precisão, não há margem para incertezas. A metrologia, ciência da medição, é o que garante a confiabilidade de cada resultado, assegurando que os equipamentos estejam calibrados e os ensaios sejam repetíveis. Um erro de medição pode levar a uma decisão equivocada, com graves consequências financeiras.

“A metrologia é importante para garantir a exatidão e a precisão das medidas realizadas”, reforça Castro Silva. É essa precisão que fundamenta a decisão final sobre um lote. “Caso o valor medido esteja fora da margem, o profissional deve avaliar as causas e consequências, o que em alguns casos pode envolver a reprovação de um lote de produtos”, conclui o especialista.

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Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.