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Ucrânia denuncia ‘escalada’ de Moscou após invasão ao espaço aéreo da Estônia

Essa é a terceira vez que a Rússia é acusada de violar espaço aéreo de países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em dez dias

Vista de Kiev | O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, denunciou ‘outra escalada russa’

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, denunciou “outra escalada russa” depois que três caças russos MiG-31 invadiram o espaço aéreo da Estônia, no Leste Europeu. Em declaração realizada na rede social X, antigo Twitter, nesta sexta-feira (19), Andrii Sybiha, ressaltou a necessidade de uma resposta forte a Moscou.

“A incursão de três aviões de combate russos no espaço aéreo estoniano hoje é outra escalada russa e uma ameaça direta para a segurança transatlântica”, disse Sibiga na internet.

De acordo com Sybiha, meias medidas não são mais suficientes, a “Rússia deve enfrentar uma pressão política e econômica esmagadora”. “Enquanto não houver uma resposta realmente forte, Moscou apenas se tornará mais arrogante e agressivo”, acrescentou o ministro.

Invasão na Estônia é a 3ª em países da Otan em 10 dias

A Rússia foi acusada de invadir o espaço aéreo de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pela terceira vez em dez dias. O primeiro foi a Polônia, no dia 10 de setembro, em seguida a Romênia, três dias depois, e, nesta sexta-feira (19), a Estônia.

Segundo um relatório do Ministério das Relações Exteriores da Estônia, três caças russos MiG-31 “entraram no espaço aéreo estoniano sem permissão e permaneceram lá por um total de 12 minutos”. A invasão “descarada”, de acordo com Talin, foi sobre o Golfo da Finlândia.

A violação foi considerada uma “provocação extremamente perigosa”, segundo a chefe da política externa da União Europeia, Kaja Kallas. Ela afirmou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está “testando a determinação do Ocidente”.

A porta-voz da Otan, Allison Hart, disse que interceptou os caças russos e que este é “mais um exemplo do comportamento imprudente da Rússia e da capacidade de resposta da Otan”.

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Drones na Polônia

A Polônia acusou a Rússia de invadir o espaço aéreo várias vezes no dia 10 de setembro, com o abatimento de ao menos três drones por parte do Exército polonês e das forças militares da Otan.

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, chegou a dizer que o ocorrido deixou o país mais próximo de um conflito aberto desde a 2ª Guerra Mundial, cujo fim foi em 1945. Varsóvia chegou a pedir que a Otan ativasse o artigo quatro do tratado, que estabelece os membros realizarão consultas quando, no julgamento de qualquer um deles, a “integridade territorial, a independência política ou a segurança” de algum membro for ameaçada.

A Rússia negou ter tentado atacar alvos na Polônia e afirma que Varsóvia não tinha provas de que os equipamentos eram russos. O Ministério da Defesa da Rússia afirmou à BBC que não planejava atacar nenhum alvo na Polônia.

Invasão na Romênia

Três dias depois, no dia 13 de setembro, a Romênia alertou que um drone russo invadiu o seu espaço aéreo.

As autoridades romenas indicaram que a aeronave violou o espaço aéreo do país durante um ataque russo contra infraestruturas na vizinha Ucrânia. O Exército de Bucareste se mobilizou e enviou dois caças F-16 para supervisionar a situação, explicou o Ministério da Defesa em um comunicado. Os aviões “detectaram um drone no espaço aéreo nacional” e o rastrearam até que ele “desapareceu do radar”, acrescentou.

O drone “não sobrevoou áreas povoadas e não representou uma ameaça iminente à segurança da população”, especificou o comunicado do Ministério da Defesa.

Já a Rússia atribuiu a intrusão do drone à Ucrânia. “Os fatos sugerem que foi uma provocação deliberada do regime de Kiev”, afirmou a embaixada em um comunicado, no qual acrescenta que Bucareste não respondeu “de forma convincente” às perguntas apresentadas por Moscou.

(Sob supervisão de Alex Araújo)

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas
Repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Com formação na PUC Minas, passou pelo portal R7, da Record.