O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, definiu-se como “muito confiante” em relação a um possível acordo para o fim da guerra em Gaza. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegou na Casa Branca no fim da manhã desta segunda-feira (29) para se reunir com o mandatário republicano.
Os dois líderes apertaram as mãos e responderam algumas perguntas antes de entrarem para a reunião fechada. Quando questionado se estava confiante sobre a possibilidade do acordo de paz sair, Donald Trump disse: “Eu estou. Eu estou muito confiante.”
A reunião acontece em meio a uma grande pressão por um cessar-fogo. Nos últimos dias, Reino Unido, França, Austrália, Canadá e outros países reconheceram oficialmente o Estado da Palestina em um aceno simbólico em prol da soberania da região.
Mais cedo, na Truth Social, Trump também demonstrou animação com a conversa, mencionando uma “chance real de grandeza no Oriente Médio”. “Todos estão a bordo para algo especial, pela primeira vez, vamos realizar”, escreveu.
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O plano apresentado pelos EUA teve respostas “muito boas” de autoridades árabes e israelenses, segundo o líder norte-americano.
Netanyahu, porém, afirmou à Fox News que a proposta não foi finalizada. Ele deve apresentar algumas mudanças sobre o plano. Autoridades israelenses afirmaram que há dificuldade para fechar um acordo.
“Netanyahu não aceitará todo o esboço tal como foi publicado inicialmente”, disse uma autoridade. Uma das mudanças deve ser em relação ao papel da Autoridade Palestina e um futuro Estado palestino.
Antes de reunir-se com Trump, Netanyahu se encontrou com o enviado dos EUA, Steve Witkoff, e com o genro de Trump, Jared Kushner, na quinta-feira (25), para discutir o plano.
Já o Hamas afirmou que não recebeu nenhuma proposta de cessar-fogo.
Plano de Trump pelo cessar-fogo
O plano de Trump conta com 21 pontos e, segundo o jornal The Times of Israel e o portal Axios, propõe um cessar-fogo imediato, a libertação de todos os reféns vivos ou mortos em 48 horas e uma retirada gradual das forças israelenses.
Em troca, Israel libertaria mais de 1.000 prisioneiros palestinos, incluindo alguns que foram condenados à prisão perpétua. No entanto, Netanyahu apresentou poucas razões para otimismo nos últimos dias.
Na sexta-feira (26), o premiê israelense afirmou em discurso na tribuna da Assembleia das Nações Unidas, que aceitar a criação de um Estado palestino seria um “suicídio nacional” para seu país e destacou que pretende “terminar o trabalho” em Gaza “o mais rápido possível”.
Assim que Netanyahu iniciou o discurso, delegações de diversos países, dentre eles do Brasil, deixaram o plenário da Assembleia Geral das Nações Unidas, ao mesmo tempo.
O chefe de Governo israelense também parece exitante em interromper a ofensiva militar para tomar a Cidade de Gaza, de onde centenas de milhares de palestinos foram obrigados a fugir nas últimas semanas.
Guerra em Gaza
Israel iniciou, no último dia 16, uma
A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando milicianos islamitas mataram 1.219 pessoas, a maioria civis, em Israel, segundo dados oficiais.
A campanha de retaliação israelense matou mais de 65.200 palestinos na Faixa de Gaza, também em sua maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde do território — governado pelo Hamas —, que a ONU considera confiáveis.
*Com agências
(Sob supervisão de Marina Dias)