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Sol está cada vez mais ativo, indica Nasa; saiba como isso afeta nossas vidas

Aumento na atividade do Sol foi uma surpresa para pesquisadores do estudo; estrela afeta os campos magnéticos dos planetas em todo o sistema solar

Imagens do Sol foram capturadas pelo Observatório de Dinâmica Solar da NASA em 9 de setembro e 13 de setembro

O sol tem se tornado cada vez mais ativo desde 2008, conforme revelou um novo estudo da Nasa. A tendência contradiz um pensamento de décadas atrás, que apontava para uma calmaria histórica na atividade solar. De acordo com a pesquisa, a atividade do Sol afeta os campos magnéticos dos planetas em todo o sistema solar.

A Nasa ressalta que a quantidade de atividade solar vinha diminuindo desde a década de 1980. Naquela época, os cientistas esperavam que o Sol estivesse entrando em um período de atividades historicamente baixas. A crescente seguiu até 2008, quando o sol esteve no ponto mais fraco já registrado.

Foi quando o sol inverteu o curso e começou a se tornar cada vez mais ativo. De acordo com pesquisadores envolvidos no estudo, essa tendência pode levar a um aumento nos eventos climáticos espaciais, como tempestades solares, erupções e ejeções de massa coronal.

“Todos os sinais apontavam para uma fase prolongada de baixa atividade do Sol”, disse Jamie Jasinski, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa no sul da Califórnia, principal autor do novo estudo. “Então, foi uma surpresa ver essa tendência se inverter. O Sol está lentamente despertando.”

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Histórico de análise solar

O primeiro registro da atividade solar remonta ao início do século XVII. Na época, astrônomos, incluindo Galileu, contaram manchas solares e documentaram suas mudanças. De acordo com a Nasa, as manchas solares são regiões mais frias e escuras na superfície do Sol.

Elas são produzidas por uma concentração de linhas de campo magnético. Com frequência, áreas com manchas solares são associadas a maior atividade solar, como erupções solares, que são explosões intensas de radiação, e ejeções de massa coronal, que são enormes bolhas de plasma que irrompem da superfície do Sol e se espalham pelo sistema solar.

Esses eventos climáticos espaciais são monitorados por cientistas da Nasa. Isso porque esses eventos podem afetar naves espaciais, a segurança dos astronautas, as comunicações de rádio, o GPS e até mesmo as redes elétricas na Terra.

Com isso, as previsões climáticas espaciais são essenciais para apoiar as naves espaciais e os astronautas da campanha Artemis da Nasa.

Efeitos no campo magnético

A atividade do sol afeta os campos magnéticos dos planetas em todo o sistema solar. De acordo com a Nasa, esse efeito é observado à medida que o vento solar – um fluxo de partículas carregadas que fluem do Sol – e outras atividades solares aumentam.

Como consequência, essa influência expande e comprime as magnetosferas, que servem como bolhas protetoras de planetas com núcleos e campos magnéticos, o que inclui a Terra.

Essas bolhas são importantes, pois protegem os planetas dos jatos de plasma que emanam do Sol no vento solar.

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas