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Pesquisa de Nobel da Física abriu caminho para computação quântica, explicam especialistas

Britânico, francês e americano foram premiados pela descoberta do efeito de túnel quântico e da quantização de energia em circuitos elétricos

Descoberta de laureados com o prêmio Nobel de Física de 2025 conduziu avanços para a computação quântica, sensores quânticos e criptografia quântica

A descoberta de laureados com o prêmio Nobel de Física de 2025 conduziu avanços para a computação quântica, sensores quânticos e criptografia quântica. O britânico John Clarke, o francês Michel H. Devoret e o americano John M. Martinis venceram o Prêmio Nobel de Física nesta terça-feira (7) pela descoberta do efeito de túnel quântico e da quantização de energia em circuitos elétricos.

Adalberto Fazzio, diretor da Ilum Escola de Ciência, professor titular do Instituto de Física da USP, além de membro titular da Academia Brasileira de Ciências, explicou à Itatiaia que a pesquisa mostrou que os fenômenos quânticos, historicamente, observados apenas em nanoescalas podem ser manifestados em sistemas macroscópicos.

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“Eles demonstraram o tunelamento quântico macroscópico. Esse feito fortalece a ‘ponte para tecnologias como computação quântica’ e sensores ultra-sensíveis. Ou seja, os efeitos quânticos podem ser robustos o bastante para existirem em dispositivos macro”, afirmou Fazzio.

A pesquisa dos laureados foi essencial para o desenvolvimento da computação quântica. A Valéria Loureiro da Silva, coordenadora do QuIIN - Quantum Industrial Innovation, Centro de Competência Embrapii Cimatec em Tecnologias Quânticas, explicou que a mecânica quântica foi introduzida 100 anos atrás.

De acordo com ela, o fenômeno ilustrado por John Clarke, Michel de Voré e John Martini tem muitas aplicações e possibilitou, mais tarde, a codificação da informação – dando início à computação quântica.

Avanços continuam

A coordenadora do QuIIN ressaltou que várias empresas e pesquisadores, agora, tentam desenvolver e aperfeiçoar um computador quântico para escalá-lo em tamanho e fazer computações ainda mais complexas.

“O que essa computação vai te permitir fazer é resolver problemas que hoje são muito complexos para serem solucionados por um computador clássico, seja ele o desktop ou laptop que a gente a gente tem na nossa mesa, ou seja ele um supercomputador”, afirmou.

Esses ‘supercomputadores’ poderiam resolver problemas que, antes, só seriam resolvidos em centenas de anos.

“A gente vai poder usar ele em aplicações bem complexas, desde a previsão do clima, o projeto e simulação de novas moléculas para projeto de novos materiais, de elementos químicos, drogas farmacológicas, além de outras aplicações mais simples voltadas à otimização de rotas, de sistemas industriais, de e também a previsão de demanda, de gerenciamento de riscos com muitas aplicações também no setor financeiro”, enumerou.

Prêmio Nobel da Física

O trio foi reconhecido “pela descoberta do efeito de túnel quântico macroscópico e da quantização de energia em um circuito elétrico”, informou o júri.

Os vencedores vão dividir o prêmio de 11 milhões de coroas suecas — cerca de R$ 6,2 milhões —, valor financiado pelo Banco Central da Suécia (Riksbank).

Segundo o comitê, o sistema estudado pelos pesquisadores absorve e emite energia em quantidades específicas, em um fenômeno conhecido como quantização de energia. Eles compararam o comportamento desses circuitos aos princípios que regem os elétrons dentro dos átomos.

Os Prêmios Nobel foram criados por Alfred Nobel, inventor da dinamite e empresário sueco, conforme seu testamento. As premiações são concedidas desde 1901 a personalidades que se destacam em ciência, literatura e na promoção da paz.

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.