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Denominado “Estratégia de Segurança Nacional”, o documento expõe o objetivo de reforçar a influência dos Estados Unidos na América Latina. Nos últimos meses, a administração Trump atacou lanchas supostamente associadas ao
Desenvolvido para estabelecer a visão “America First” (Estados Unidos em primeiro lugar, em tradução livre) de Trump, a nova estratégia americana marca uma reorientação da política dos últimos anos centrada na Ásia, embora continue identificando a China como seu principal competidor.
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‘Corolário Trump’ da Doutrina Monroe
O documento afirma que os Estados Unidos vão aplicar uma “Corolário Trump” à Doutrina Monroe, da década de 1820. Na ocasião, Washington consolidou uma hegemonia frente aos europeus na América Latina. Considerada por eles como o “quintal” dos Estados Unidos.
O texto diz que o governo americano reajustará sua “presença militar global para enfrentar ameaças urgentes em nosso Hemisfério, e se afastar de cenários cuja importância relativa para a segurança nacional dos Estados Unidos diminuiu nas últimas décadas ou anos”.
Washington também espera, sob a presidência de Trump, pôr fim às migrações em massa no mundo e fazer do controle das fronteiras “o elemento principal da segurança” dos Estados Unidos, conforme o documento.
“A era das migrações em massa deve chegar ao fim. A segurança das fronteiras é o elemento principal da segurança nacional”, indicou a nova estratégia.
“Devemos proteger nosso país contra as invasões, não apenas contra migrações descontroladas, mas também contra ameaças transfronteiriças como terrorismo, drogas, espionagem e tráfico de pessoas”, acrescentou.
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Europa ‘irreconhecível’ em 20 anos
No texto, Washington também criticou duramente seus aliados europeus. O texto sinalizou que os Estados Unidos vão apoiar aqueles que se opuserem aos valores promovidos pela União Europeia, sobretudo em relação à questão migratória.
O governo afirmou que vai cultivar uma “resistência à trajetória atual da Europa” dentro das próprias nações europeias. A proposta foi rapidamente respondida pela Alemanha, que afirmou não precisar de “conselhos externos”.
O documento destacou a redução da participação da Europa na economia global, em grande parte, um resultado do crescimento da China e de outras potências emergentes. De acordo com o texto, “este declínio econômico é eclipsado pela perspectiva real e marcada do desaparecimento da civilização”.
“Se as tendências atuais continuarem, o continente será irreconhecível em 20 anos ou menos”, acrescentou.
No documento, o governo americano acusou os europeus de fraqueza e afirmou que os Estados Unidos deveriam se concentrar em “acabar com a percepção, e prevenir a realidade, da Otan como uma aliança em expansão perpétua”. Isso, em um momento em que Trump busca pôr fim à guerra na Ucrânia com um plano que seria favorável à Rússia.
China e Oriente Médio
O texto acrescenta que os Estados Unidos também impediriam o domínio de outras potências, mas foi claro: “Isto não significa desperdiçar sangue e recursos para limitar a influência de todas as grandes e médias potências do mundo”.
Por sua vez, a estratégia sobre a China reitera os apelos por uma região Ásia-Pacífico “livre e aberta”, mas com um enfoque maior na competição econômica representada pelo gigante asiático.
Após especulações sobre se Trump cederia no tema Taiwan, ilha de regime democrático que Pequim reivindica como sua, a estratégia deixa claro que os EUA apoiam o status quo, mas instou os aliados Japão e Coreia do Sul a contribuírem mais para garantir a defesa desta região.
A estratégia dedica pouco espaço ao Oriente Médio, que por muito tempo monopolizou as atenções de Washington.
Ao apontar o aumento da produção de energia em solo americano, o documento afirma que “a razão histórica para os Estados Unidos se concentrarem no Oriente Médio diminuirá", uma vez que esta região já não é “a fonte potencial de catástrofes iminentes que costumava ser”.
“Em vez disso, está emergindo como um lugar de associação, amizade e investimento”, conforme o documento, que, entretanto, declara que a segurança de Israel continua sendo uma prioridade para Washington.