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Ministro de Israel anuncia plano para acelerar colonização da Cisjordânia

Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967; cerca de três milhões de palestinos vivem no local

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Um ministro israelense de extrema direita pediu nessa quinta-feira (14) a aceleração de um projeto para construir 3.400 moradias na Cisjordânia e anexar esse território palestino ocupado por Israel, em resposta aos anúncios de vários países que reconheceram um Estado palestino.

“Aqueles que hoje querem reconhecer um Estado palestino receberão de nossa parte uma resposta no terreno (...) Com fatos concretos: casas, bairros, estradas e famílias judias construindo suas vidas”, declarou o ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich.

“Neste dia importante, conclamo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a aplicar a soberania israelense na Judeia e Samaria, a abandonar definitivamente a ideia de uma partição do país e a garantir que, até setembro, os hipócritas líderes europeus já não tenham nada a reconhecer”, disse.

O ministro Smotrich se referia ao nome bíblico da Cisjordânia utilizado pelos israelenses.

Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967. Cerca de três milhões de palestinos vivem lá, junto a aproximadamente 500 mil israelenses instalados em colônias, consideradas ilegais segundo o direito internacional.

“Se reconhecerem um Estado palestino em setembro, nossa resposta será a aplicação da soberania israelense sobre todas as partes da Judeia e Samaria”, advertiu.

A ONU reagiu imediatamente, pedindo a Israel que não implemente esse projeto, chamado E1, que, segundo seus críticos, dividiria a Cisjordânia em duas e impediria definitivamente a criação de um eventual Estado palestino.

Nesse mesmo sentido, a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, instou Israel a “desistir” de seu plano, que “mina ainda mais a solução de dois Estados e constitui uma violação do direito internacional”.

Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, tradicional aliado de Israel, disse se opor “firmemente” ao projeto.

O ministro falou durante um evento organizado na colônia de Maalé Adumim, para revisar o avanço do projeto E1.

A Autoridade Palestina, sediada em Ramala, na Cisjordânia, “condenou firmemente” esse projeto e “fez um apelo a uma intervenção internacional e sanções para impedir sua implementação”.

“A construção na zona E1 é uma continuação dos planos de ocupação destinados a aniquilar qualquer possibilidade de estabelecer o Estado palestino”, afirmou.

A ONG israelense contra a colonização, Paz Agora, denunciou um “plano fatal para o futuro de Israel e para qualquer possibilidade de uma solução de dois Estados” para o conflito israelense-palestino.

*Com informações da AFP

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