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Ministro de Israel ameaça derrubar governo de Netanyahu caso Hamas ‘saia intacto’

Itamar Ben-Gvir, ministro de Segurança Nacional de Israel, é contra a libertação de prisioneiros palestinos como parte do acordo de cessar-fogo

Mais de 67 mil pessoas morreram desde o início da guerra em Gaza e outras 169 mil ficaram feridas

O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, ameaçou, nesta quinta-feira (9), pressionar pelo fim do governo de Netanyahu caso o Hamas não seja desmantelado. O chefe da pasta israelense é contra a libertação de prisioneiros palestinos como parte do acordo de cessar-fogo. A declaração acontece em meio a reunião do Governo de Israel para aprovação do acordo de paz.

“Se o governo do Hamas não for desmantelado, ou se eles apenas nos disserem que ele foi desmantelado, enquanto ele continue a existir sob um disfarce diferente — Otzma Yehudit (partido de extrema-direita Poder Judaico ) vai desmantelar o governo”, afirmou Ben-Gvir na rede social X, atingo Twitter.

O Conselho de Segurança de Israel deu aval positivo para a primeira parte do plano de cessar-fogo nesta terça-feira (9). No entanto, a proposta ainda depende de aprovação do governo de Netanyahu para ser aprovada. Depois que o país der o aval positivo para o acordo, as definições ainda terão 24 horas para entrarem em vigor, informou o Al Jazeera.

A libertação de prisioneiros palestinos é parte da segunda fase do plano de cessar-fogo, mas já é vista como ponto de discordância para políticos israelenses, dentre eles o ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir. Membro do partido de extrema-direita, Poder Judaico, Ben-Gvir acredita que a libertação dos prisioneiros palestinos é um “preço insuportável” para o cessar-fogo.

“Portanto, diante disso, eu e os ministros do Otzma Yehudit não poderemos levantar a mão em favor de um acordo que liberte esses terroristas assassinos, e nos oporemos a isso no governo”, afirmou o ministro de Segurança Nacional de Israel.

“Nas conversas que tive com o Primeiro-Ministro nos últimos dias, deixei claro que, em nenhuma circunstância, farei parte de um governo que permita a continuidade do domínio do Hamas em Gaza. Esta é uma linha vermelha gritante. O Primeiro-Ministro se comprometeu comigo a que assim seja”, continuou.

De acordo com Ben-Gvir, ele não dará a mínima para nenhum caso de fraude. “Se o governo do Hamas não for desmantelado, ou se apenas nos disserem que foi desmantelado, enquanto na realidade continua existindo sob um disfarce diferente, Otzma Yehudit desmantelará o governo.”

Garantias de cessar-fogo

O chefe da equipe de negociação do Hamas, Khalil al-Hayya, afirmou que o grupo recebeu garantias dos Estados Unidos e de mediadores de que um acordo sobre a a primeira fase de um cessar-fogo significa a guerra em Gaza “encerrou definitivamente”.

De acordo com Khalil, a parte inicial do acordo prevê a troca de prisioneiros e a retirada de Israel de partes de Gaza. Apesar disso, ainda persistem dúvidas sobre algumas partes do acordo, de acordo com o Al Jazeera, com discórdias justamente relacionadas a quais prisioneiros palestinos serão liberado na fase inicial.

Mais de 67 mil pessoas morreram desde o início da guerra em Gaza e outras 169 mil ficaram feridas. A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu Israel e matou um total de 1.139 pessoas. Outras 200 foram feitas reféns.

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas