Em meio às negociações pela paz em Gaza, o Hamas exige a libertação de Marwan Barghouti como parte de um possível
A libertação de Barghouti já havia entrado em pauta em outras negociações para interrupção do bombardeio durante a guerra atual, mas foi prontamente negada por Israel. Em agosto, o filho do ex-líder palestino havia apontado que Israel não queria libertar o pai porque Netanyahu “não quer um parceiro para paz”.
Barghouti é apontado como um “negociador duro”, que poderia conseguir uma solução de dois Estados com Israel. Enquanto uns o descrevem como o “Nelson Mandela palestino”, Israel aponta o líder como um dos terroristas mais notórios.
Ele foi preso em 2002 por planejar ataques que mataram cinco civis durante a Segunda Intifada Palestina, ou levante. Na época, Barghouti negou todas as acusações, e rejeitou a jurisdição e a legitimidade do tribunal que o condenou.
O palestino cumpre cinco penas de prisão perpétua em uma prisão israelense. Imensamente popular quando foi preso há mais de duas décadas, ele ainda é visto como líder para muitos e considerado o único capaz de unir os palestinos.
“Ele é percebido pelo público como um herói nacional, um homem íntegro, não contaminado pela corrupção. Um unificador que pode se reconciliar com o Hamas e unificar as fileiras de todos os palestinos”, disse Khalil Shikaki, diretor do Centro Palestino de Políticas e Pesquisas, à CNN.
A posição de Barghouti é um motivo que pode levar Israel a se opor veemente à sua libertação. Isso porque Benjamin Netanyahu tem sido inflexível na rejeição da ideia de um Estado palestino.
Antes mesmo do acordo de paz de Trump ser apoiado pelo premiê de Israel e aprovado pelo Hamas, Netanyahu disse que um Estado palestino nunca aconteceria. “E tenho outra mensagem para vocês: isso não acontecerá. Não será estabelecido nenhum Estado palestino a oeste do rio Jordão.”
Vale ressaltar o plano de cessar-fogo em Gaza de Donald Trump inclui a criação de um governo transitório e um “Conselho de Paz”, liderado pelo próprio presidente dos Estados Unidos.
Cessar-fogo em Gaza
O pedido do Hamas aparece em meio às negociações pelo cessar-fogo em Gaza, que teve início na segunda-feira (6) no Egito.
Negociadores do Hamas e de Israel trocaram listas de prisioneiros e reféns que serão soltos caso seja feito um acordo de cessar-fogo em Gaza. A informação foi dada por Taher Al-Nounou, funcionário do Hamas, à Reuters.
As delegações tentam chegar em um acordo levando em conta a proposta de Donald Trump, que tem vinte tópicos que envolvem a desmilitarização de Gaza e a libertação de reféns.
Além da troca de listas, o Hamas expressou otimismo quanto à possibilidade de chegar a um acordo durante as negociações no Egito, o que daria fim ao conflito em Gaza.
Os dois lados responderam positivamente ao
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, aceitou o acordo após um encontro com
(Sob supervisão de Alex Araújo)