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Guerra em Gaza: Hamas pede libertação de líder palestino por Israel em acordo

Preso há mais de 20 anos, Marwan Barghouti mantém popularidade entre a população; palestino cumpre cinco penas de prisão perpétua

Preso há mais de 20 anos, Marwan Barghouti mantém popularidade entre a população

Em meio às negociações pela paz em Gaza, o Hamas exige a libertação de Marwan Barghouti como parte de um possível cessar-fogo em Gaza. Preso há mais de 20 anos, o palestino mantém a popularidade entre os cidadãos e é considerado um nome forte pela “soberania palestina”, motivo que torna improvável o cumprimento do pedido.

A libertação de Barghouti já havia entrado em pauta em outras negociações para interrupção do bombardeio durante a guerra atual, mas foi prontamente negada por Israel. Em agosto, o filho do ex-líder palestino havia apontado que Israel não queria libertar o pai porque Netanyahu “não quer um parceiro para paz”.

Barghouti é apontado como um “negociador duro”, que poderia conseguir uma solução de dois Estados com Israel. Enquanto uns o descrevem como o “Nelson Mandela palestino”, Israel aponta o líder como um dos terroristas mais notórios.

Ele foi preso em 2002 por planejar ataques que mataram cinco civis durante a Segunda Intifada Palestina, ou levante. Na época, Barghouti negou todas as acusações, e rejeitou a jurisdição e a legitimidade do tribunal que o condenou.

O palestino cumpre cinco penas de prisão perpétua em uma prisão israelense. Imensamente popular quando foi preso há mais de duas décadas, ele ainda é visto como líder para muitos e considerado o único capaz de unir os palestinos.

“Ele é percebido pelo público como um herói nacional, um homem íntegro, não contaminado pela corrupção. Um unificador que pode se reconciliar com o Hamas e unificar as fileiras de todos os palestinos”, disse Khalil Shikaki, diretor do Centro Palestino de Políticas e Pesquisas, à CNN.

A posição de Barghouti é um motivo que pode levar Israel a se opor veemente à sua libertação. Isso porque Benjamin Netanyahu tem sido inflexível na rejeição da ideia de um Estado palestino.

Antes mesmo do acordo de paz de Trump ser apoiado pelo premiê de Israel e aprovado pelo Hamas, Netanyahu disse que um Estado palestino nunca aconteceria. “E tenho outra mensagem para vocês: isso não acontecerá. Não será estabelecido nenhum Estado palestino a oeste do rio Jordão.”

Vale ressaltar o plano de cessar-fogo em Gaza de Donald Trump inclui a criação de um governo transitório e um “Conselho de Paz”, liderado pelo próprio presidente dos Estados Unidos.

Cessar-fogo em Gaza

O pedido do Hamas aparece em meio às negociações pelo cessar-fogo em Gaza, que teve início na segunda-feira (6) no Egito.

Negociadores do Hamas e de Israel trocaram listas de prisioneiros e reféns que serão soltos caso seja feito um acordo de cessar-fogo em Gaza. A informação foi dada por Taher Al-Nounou, funcionário do Hamas, à Reuters.

As delegações tentam chegar em um acordo levando em conta a proposta de Donald Trump, que tem vinte tópicos que envolvem a desmilitarização de Gaza e a libertação de reféns.

Além da troca de listas, o Hamas expressou otimismo quanto à possibilidade de chegar a um acordo durante as negociações no Egito, o que daria fim ao conflito em Gaza.

Os dois lados responderam positivamente ao plano de 20 tópicos feito por Donald Trump para finalizar a guerra, com fim dos combates, desmilitarização da Faixa de Gaza e libertação dos reféns.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, aceitou o acordo após um encontro com Donald Trump. Já o Hamas ficou alguns dias analisando a proposta e aceitou libertar os reféns, mas pediu para negociar outros pontos do plano.

(Sob supervisão de Alex Araújo)

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas
Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.