O Ministério das Relações Exteriores de Israel descreveu anteriormente relatos de maus-tratos como “mentiras completas” e não comentou de imediato sobre as novas alegações.
Entre os deportados estavam 36 cidadãos turcos, além de pessoas dos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Marrocos, Itália, Kuwait, Líbia, Malásia, Mauritânia, Suíça, Tunísia e Jordânia, segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores da Turquia.
Dois ativistas, Hazwani Helmi, da Malásia, e Windfield Beaver, dos EUA, disseram à Reuters que testemunharam Thunberg sendo empurrada e forçada a usar uma bandeira israelense. Helmi afirmou: “Foi um desastre. Eles nos trataram como animais”, e disse que não havia comida limpa nem água, além de medicamentos e pertences terem sido confiscados.
Israel sofreu condenações internacionais após interceptar cerca de 40 barcos da flotilha e deter mais de 450 ativistas. O Ministério das Relações Exteriores afirmou no X que todos os detidos estavam “seguros e em boas condições de saúde” e que o processo de deportação seria concluído rapidamente.
O ministério acusou ainda alguns membros da flotilha de “obstruir deliberadamente” a deportação, sem apresentar provas. A Reuters não conseguiu verificar essa alegação.
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, 26 italianos estavam no voo da Turkish Airlines, enquanto outros 15 seguem detidos em Israel, aguardando deportação. Um grupo de quatro parlamentares italianos chegou a Roma na sexta-feira (3).
Parlamentares presentes na missão criticaram a ação israelense. Arturo Scotto afirmou: “Aqueles que estavam agindo legalmente eram as pessoas a bordo dos barcos; aqueles que agiram ilegalmente foram os que os impediram de chegar a Gaza”. Benedetta Scuderi disse que foram “brutalmente impedidos” e “tomados como reféns”.
O grupo israelense Adalah informou que alguns detidos não tiveram acesso a advogados, água, medicamentos e banheiros, sendo forçados a se ajoelhar com as mãos amarradas por horas. Israel negou essas acusações, afirmando que todos tiveram seus direitos respeitados.
A flotilha zarpou no final de agosto como uma última tentativa de desafiar o bloqueio naval israelense a Gaza, onde Israel mantém operações militares após ataques do Hamas em outubro de 2023. As autoridades israelenses classificaram a missão como ilegal e advertiram contra sua realização.
(Sob supervisão de Edu Oliveira)