A recente eleição do
O capítulo é conhecido por descrever duas figuras simbólicas: uma besta que emerge do mar, associada ao poder político, e outra que surge da terra, ligada ao poder religioso. A descrição da segunda figura chamou atenção especialmente pela semelhança com o nome escolhido pelo novo pontífice. O versículo 11 afirma: “E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a boca de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”.
A escolha do nome Leão foi suficiente para que muitos conectassem a figura papal à simbologia do texto. Além disso, o fato de Prevost ser o 14º Papa eleito desde o Tratado de Latrão, de 1929 - que reconheceu a soberania do Vaticano - levou internautas a relacionar a eleição à sequência direta do capítulo 13, como se a sucessão numérica tivesse um significado profético.
Outro ponto mencionado é a nacionalidade do novo Papa. Sendo dos Estados Unidos - país frequentemente associado ao maior poder político global - alguns usuários enxergaram paralelos com a união das duas bestas descritas no Apocalipse. Segundo a narrativa bíblica, essa aliança desencadearia os eventos finais da humanidade.
A besta que emerge do mar é apresentada no versículo 1: “E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia”.
Essas passagens são há muito utilizadas para teorizar sobre o Anticristo, figura que tradicionalmente carrega o número 666 - referência também presente no capítulo 13. Desde a Reforma Protestante, alguns Papas chegaram a ser identificados como possíveis manifestações dessa entidade.
Teóricos também recorreram ao capítulo 17 do Apocalipse, que descreve uma besta identificada como o “oitavo rei”, para reforçar as especulações. O trecho diz: “A besta que era, e agora não é, é o oitavo rei. É um dos sete e caminha para a perdição”. Como Leão XIV é o oitavo Papa eleito após o reconhecimento do Vaticano como Estado independente, muitos viram nisso uma suposta confirmação do vaticínio.
Contudo, estudiosos das escrituras bíblicas lembram que essas interpretações são controversas. Especialistas afirmam que João fazia, na verdade, uma crítica velada ao imperador romano Nero, que havia perseguido os cristãos. O simbolismo, argumentam, deve ser compreendido no contexto histórico em que foi escrito, e não necessariamente como uma previsão literal do futuro.