O 
    presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que as tarifas aos 
    produtos canadenses e mexicanos irão entrar em vigor a partir do dia 2 de abril. Em uma declaração, dada nesta quarta-feira (2), o republicano voltou a dizer que não iria recuar da decisão, alegando que “milhões de pessoas morreram por causa do 
    fentanil que entra pela fronteira”, disse. 
O fentanil é um medicamento da classe dos opioides, que são altamente viciantes e, por isso, só podem ser usados de forma restrita e sob supervisão médica. A potência é cerca de 100 vezes maior que a da morfina e efeitos 50 vezes mais fortes que os da 
    heroína.
Embora o uso seja recomendado apenas em procedimentos cirúrgicos e no tratamento de dores intensas, o fármaco tem sido usado de forma recreativa e já se tornou um problema de saúde pública nos EUA, sendo a 
    principal causa de morte de pessoas com menos de 50 anos, de acordo com o Drug Enforcement Administration (DEA).
    
    
        
    
    
    
    
    
        
    
    
    
No dia 1º de fevereiro, Trump determinou tarifas de 25% sobre a importações canadenses e mexicanas e 10% sobre produtos chineses, afirmando que Pequim precisava “estancar” o fluxo de fentanil.
Em resposta, o Ministério da Comércio da China afirmou em um comunicado que Trump “viola gravemente” as regras do comércio internacional e afirmaram que a droga é “um problema da América”.
Tarifas suspensas
    A “ameaça” tarifária sobre o México e o Canadá chegou a ser suspensa por um mês. 
O acordo entre os EUA e o Canadá foi divulgado pelo 
    primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, no X (antigo Twitter). Além de anunciar o adiamento da taxa de 25% que Trump pretende colocar sobre os produtos canadenses, o país fez outras concessões, como o enfrentamento ao tráfico de drogas (especialmente o fentanil) e o combate a cartéis mexicanos.
“O Canadá está assumindo novos compromissos. Vamos nomear um czar encarregado da questão do fentanil, acrescentar os cartéis mexicanos na lista de entidades terroristas [...] e lançar, com os Estados Unidos, uma força de ataque conjunta contra o crime organizado, o tráfico de fentanil e a lavagem de dinheiro”.
        
— escreveu Trudeau. 
    
 
Com o México, o acordo entre os dois países havia sido firmado após a 
    presidente Claudia Sheinbaum concordar em enviar 10 mil militares para conter o tráfico de drogas na fronteira com os EUA. 
Além de adiar a cobrança da tarifa, Washington havia prometido trabalhar para “prevenir o tráfico de armas de alto poder para o México”, reivindicação que o governo mexicano. 
*** Com informações de Agence France-Presse (AFP).