O míssil balístico lançado pela Rússia nessa quinta-feira (21) na Ucrânia alcançou o nível Mach 11, ou seja, 11 vezes maior que a velocidade do som. O armamento caiu em Dnipro a 13.582 km/h.
O impacto do míssil, lançado na região de Astrakhan, no Sul da Rússia, foi de 15 minutos, segundo a agência de inteligência ucraniana HUR. Ele tinha seis ogivas, cada uma delas com seis submunições.
Segundo a Folha de São Paulo, a velocidade é classificada como hipersônica. Todo míssil desse tipo tem essa classificação, no entanto, o modelo em específico atinge alvos de até 5 mil km de distância.
Segundo o Kremlin, o ataque é uma resposta à autorização dada pelos Estados Unidos para que Kiev usasse armas ocidentais de maior alcance na Rússia.
Recado
Após atacar a Ucrânia com míssil balístico, a Rússia afirmou, nesta sexta-feira (22), que tem certeza que os Estados Unidos ‘compreenderam’ a mensagem do presidente Vladimir Putin. O Kremlin garantiu, ainda, que o ataque frustrou os planos militares de Kiev para 2025.
“Não temos dúvidas de que a atual administração em Washington teve a oportunidade de se familiarizar com este anúncio e de compreendê-lo”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas.
As suas declarações surgem um dia depois do disparo de um míssil hipersônico russo de médio alcance contra Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, e depois dos avanços notáveis das tropas de Moscou no front leste.
O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, visitou um posto de comando do exército nesta sexta-feira na região de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, onde as forças de Kiev ocuparam centenas de quilômetros quadrados desde agosto.
“Frustramos quase toda a campanha deles para 2025", comemorou. Moscou “destruiu as melhores” unidades ucranianas e fez avanços, que até “aceleraram” no terreno, acrescentou.
Na quinta-feira, Putin alertou que o conflito na Ucrânia assumiu um “caráter mundial” e culpou as potências ocidentais pela sua escalada.
Em um discurso à nação, ele também ameaçou atacar as potências ocidentais que forneceram a Kiev armas usadas para atacar a Rússia.
Os Estados Unidos autorizaram no domingo a Ucrânia a usar as suas armas para atacar o território russo, apesar das contínuas advertências de Moscou, que levantou a ameaça nuclear.
Kiev já exigia esta autorização há algum tempo, com o objetivo de atacar as bases a partir das quais a Rússia bombardeia a Ucrânia.
Os seus aliados, no entanto, negavam-lhe permissão por medo da reação de Moscou, que a apresentou como uma linha vermelha.
De acordo com a mídia ocidental, os Estados Unidos e o Reino Unido finalmente deram a sua aprovação, em resposta ao envio de milhares de soldados norte-coreanos em apoio às tropas russas.
*Com informações de AFP