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Sonda chinesa pousa na face oculta da Lua; entenda o que é a área ‘escura’ do satélite

O material recolhido da face oculta pode oferecer informação sobre como a Lua se formou

Diferença entre a Superlua: essa movimentação resulta em uma lua cheia cerca de 14% maior e 30% mais brilhante do que no apogeu, momento em que ela está mais distante.

Mais um passo para a Humanidade conhecer melhor o espaço. Uma sonda chinesa, parte do programa espacial de Pequim, pousou na face oculta da Lua, onde deve recolher amostras. A informação é da agência estatal Xinhua, divulgada neste domingo (2).

A sonda Chang’e-6 alunissou na imensa Bacia Aitken, uma das maiores crateras de impacto conhecidas no Sistema Solar, indicou a Xinhua, citando a Agência Espacial da China.

O meio estatal acrescentou que esta será a primeira vez que amostras serão recolhidas dessa área pouco explorada da Lua.

A Chang’e realiza uma missão tecnicamente complexa de 53 dias que começou em 3 de maio.

Agora que alunissou, tentará coletar poeira e rochas lunares, bem como efetuar outros experimentos em suas imediações. O processo deverá ser concluído em dois dias, assinalou a Xinhua.

A sonda utilizará dois métodos de coleta: uma furadeira para recolher amostras embaixo do solo e um braço robótico para pegar amostras sobre a superfície.

Posteriormente, deverá tentar um lançamento sem precedentes a partir da face oculta da Lua.

Face oculta

Os cientistas afirmam que a face oculta da Lua - chamada assim porque não é visível da Terra - tem grande potencial para a ciência porque suas crateras estão menos cobertas pelos antigos fluxos de lava da face visível.

O material recolhido da face oculta pode oferecer informação sobre como a Lua se formou.

Leia também: Empresa dos EUA pode ser a primeira a pousar na Lua nessa quinta-feira (22)

Ambição espacial chinesa

A China já tinha colocado em 2019 uma nave espacial na face oculta da Lua, mas não recolheu nenhuma amostra.

Sob o comando do presidente Xi Jinping, o pais tem dedicado um esforço considerável a seu “sonho espacial”.

Pequim investiu uma infinidade de recursos em seu programa espacial na última década, visando uma série de iniciativas ambiciosas voltadas a reduzir a defasagem em relação às duas potências espaciais tradicionais: Estados Unidos e Rússia.

E o país asiático vem obtendo vários feitos notáveis, incluindo a construção da estação espacial Tiangong, ou “Palácio Celestial”.

A China também enviou sondas robóticas para Marte e Lua, e se tornou o terceiro país no mundo a colocar humanos em órbita.

Mas Washington adverte que o programa espacial chinês vem sendo utilizado para ocultar objetivos militares e um esforço para alcançar o domínio do espaço.

“Acreditamos que muito de seu denominado programa espacial civil é um programa militar”, afirmou em abril o administrador da Nasa, Bill Nelson, a legisladores americanos no Capitólio.

A China pretende enviar uma missão tripulada à Lua para 2030 e planeja construir uma base na superfície do satélite natural.

Os Estados Unidos também planejam voltar a enviar astronautas à Lua por volta do ano de 2026, com sua missão Artemis 3.

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