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Corpo de Navalny pode ser enterrado em prisão, ameaçam autoridades

Segundo a porta-voz de Navalny, Kira Yarmish, um investigador ligou para a mãe dele e afirmou que caso o velório não fosse privado, sem despedida pública, ele seria enterrado na prisão

Navalny era há muito tempo uma pedra no sapato do presidente Vladimir Putin, expondo a corrupção em altos cargos do governo

O corpo de Alexei Navalny, um dos principais opositores de Vladimir Putin, presidente da Rússia, pode ser enterrado na prisão. Ele morreu em uma penitenciária na Sibéria no último dia 16.

Segundo a porta-voz de Navalny, Kira Yarmish, um investigador ligou para a mãe dele e afirmou que caso o velório não fosse privado, sem despedida pública, ele seria enterrado na prisão. Ela teria três horas para analisar a situação.

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Ainda conforme Yarmish, a mãe de Navalny se recuspou a negociar com o Comitê de Investigação, uma vez que eles ‘não têm autoridade para decidir como e onde ela deveria enterrar o filho’.

A família do ativista pede para que o corpo dele seja entregue dois dias a partir do apuramento da causa da morte. Esse prazo expira neste sábado (24). ‘Ela [mãe de Navalny] insiste que as autoridades permitam que o funeral e a cerimónia fúnebre sejam realizados de acordo com os costumes.

Quem era Navalny

Alexei Navalny é um ex-advogado com fama de satirizar a elite do presidente Vladimir Putin e fazer acusações de corrupção. Em 2010 ele liderou o movimento contra Putin que levou milhares de pessoas às ruas do país. Navalny era há muito tempo uma pedra no sapato do presidente Vladimir Putin, expondo a corrupção em altos cargos do governo da Rússia, fazendo campanha contra o partido no poder e orquestrando alguns dos maiores protestos antigovernamentais vistos nos últimos anos.

Ele retornou à Rússia em 2021 e foi rapidamente preso por acusações que rejeitou, dizendo que possuem motivação política. Ele estava na prisão desde então.

Os seus apoiadores continuamente alegaram que a sua detenção e encarceramento foram uma tentativa politicamente motivada de reprimir as suas críticas a Putin.

A morte de Navalany acontece pouco antes das eleições presidenciais da Rússia, marcadas para 17 de março, onde Putin concorrerá ao seu quinto mandato, em uma medida que poderá mantê-lo no poder até pelo menos 2030.

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Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.