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Argentina termina 2023 com inflação de 211%; nível é o maior em 33 anos

índice teve a maior alta em dezembro; resultado do último mês do ano é consequência do pacote de medidas econômicas anunciado pelo presidente Javier Milei

A inflação da Argentina ficou em 211,4% em 2023

A Argentina terminou o ano de 2023 com uma inflação acumulada em 211,4%, o maior nível desde 1990 - quando o país registrou mais de 1.300%. Os dados foram divulgados, nesta quinta-feira (11), pelo Instituto de Estatística e Censos do país (Indec).

Segundo o levantamento, a inflação teve a maior alta em dezembro. No último mês do ano, os preços aumentaram 25,5% - quase o dobro do registrado em novembro (+12,8%).

Em dezembro, a inflação foi puxada pelo aumento dos preços de Bens e Serviços Diversos, especialmente em função dos artigos de cuidados pessoais. O setor registrou alta de 32,7%. Em seguida, vieram a Saúde (32,6%), impulsionada pelas variações de medicamentos e medicamentos pré-pagos; e Transportes (31,7%), devido aos aumentos nos combustíveis.

Argentina terminou 2023 com inflação acumulada em 211,4%

A alta acontece após o presidente ultraliberal Javier Milei, que tomou posse em 10 de dezembro, anunciar uma série de medidas para desregular a economia argentina. Entre elas está o decretaço - pacote de mais de 300 decretos sobre mudanças econômicas.

Apesar do recente aumento, a inflação já é um problema na Argentina antes de Milei. A terceira maior economia da América Latina está mergulhada em uma inflação crônica há uma década.

Em 2022, o país registrou uma inflação acumulada de 94,8%. Até então, a inflação na Argentina havia chegado a, no máximo, dois dígitos. Mas, desde fevereiro de 2023, o cenário mudou. O índice chegou a 102,5% e, desde então, a inflação permanece em três dígitos.

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.