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Polícia conclui inquérito de homicídio brutal ligado a suposta feitiçaria em Pintópolis

A vítima foi morta com mais de 30 perfurações, mutilações e teve as orelhas arrancadas.

Acusado foi localizado na zona rural do mesmo município onde cometeu o homicídio.

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu nesta sexta-feira (26) o inquérito sobre o homicídio que abalou a comunidade Vieira, em Pintópolis, no Norte de Minas. A vítima, José Martins Vieira, de 62 anos, foi morta em 18 de agosto, após ser atacada com pedaço de madeira, faca e foice, sofrendo mais de 30 perfurações, mutilações e tendo as orelhas cortadas. O crime, segundo as investigações, teria sido cometido pelo próprio primo, Edilson de Almeida Vieira, de 58 anos.

Durante o depoimento, o autor confessou ter praticado o crime por vingança, alegando acreditar que a vítima havia realizado “rituais de feitiçaria” responsáveis pela morte de seu gado. A apuração conduzida pela Delegacia em São Francisco revelou ainda que havia desavenças familiares antigas, o que agravou as suspeitas do investigado.

Edilson foi preso em 18 de setembro, no Acampamento Para Terra II, zona rural de Pintópolis, após denúncia anônima. Ele foi encontrado armado com um “chucho” (espeto de ferro artesanal) e tentou resistir à prisão, sendo contido com apoio de populares. Desde então, permanece no sistema prisional.

De acordo com o delegado responsável, Flávio Cavalcanti Rocha, o inquérito reuniu laudos periciais, depoimentos de testemunhas e a própria confissão do suspeito, confirmando a autoria e a materialidade do crime.

O autor foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe, e a Justiça já havia decretado a prisão preventiva dele em 22 de agosto.

Osmar Macedo é repórter da Itatiaia – Montes Claros. Jornalista formado pela UFMG e graduado em História pela Unimontes. Entre as coberturas que participou, destaca a tragédia na Creche Gente Inocente em Janaúba e a Canonização de Irmã Dulce, direto de Roma e do Vaticano.